A Arquidiocese de Mariana comunicou, nesta quinta-feira (23), que a Serva de Deus Isabel Cristina Mrad Campos vai ser beatificada em Barbacena, no dia 10 de dezembro. O processo começou em 2001, quando um grupo de pessoas atestou pela religiosidade da moça, que foi assassinada aos 20 anos enquanto tentava escapar de uma tentativa de estupro. Em 2020, o Papa Francisco já havia autorizado o decreto de “martírio” para o caso.
O caso aconteceu no dia 1º de setembro de 1982, em Juiz de Fora, quando um homem que foi montar um guarda-roupas no apartamento de Isabel, enquanto ela estava sozinha, tentou violentá-la sexualmente. Isabel resistiu ao ato e então foi espancada com uma cadeira. Ela também foi amarrada e amordaçada, tendo suas roupas rasgadas. Ela ainda apresentava resistência, e foi assassinada com 15 facadas pelo agressor.
Isabel nasceu em 1962, em Barbacena, e mudou-se para Juiz de Fora em 1982, cerca de 20 dias antes do incidente, junto com seu irmão. Ela tinha como objetivo fazer um curso pré-vestibular para passar na faculdade de medicina, se dedicando a ser pediatra e cuidar de crianças carentes. A jovem estudante atuava como vicentina na Associação de Voluntários da Conferência de São Vicente, e prestava ajuda às pessoas com deficiência e aos carentes. Ela era filha de José Mendes Campos e Helena Mrad Campos.
Entenda o processo de beatificação
O processo de beatificação foi iniciado em 2001, e como o caso é reconhecido como “martírio”, não necessita que um milagre seja reconhecido para a aprovação de sua beatificação. Ela já havia recebido o título de “serva de Deus” anteriormente. O processo até que fosse beatificada durou cerca de oito anos e ouviu cerca de 60 pessoas para atestar sobre a religiosidade da moça, levando em conta testemunhos e documentos.
Apesar do aval do Papa ter ocorrido em 2020, a cerimônia foi adiada devido ao contexto da pandemia. De acordo com a Arquidiocese de Mariana, os restos mortais da jovem estão no Santuário Da Piedade, onde foi batizada e comungou pela primeira vez.