A Polícia Federal conseguiu cumprir mandados de prisão temporária contra dois homens, com idades entre 28 e 30 anos, durante a operação Magia Negra, deflagrada pela Polícia Federal de Juiz de Fora, nesta terça-feira (26), no município do Rio de Janeiro. Também foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão nos endereços dos suspeitos de integrarem uma organização criminosa especializada em roubos a bancos, como o ocorrido em Pirapetinga (MG) em junho. O crime motivou as investigações, que resultaram nas ordens judiciais expedidas pelo Juízo da Vara Única da Justiça Federal em Muriaé (MG).
De acordo com o delegado à frente da ação, Cláudio Dornelas, um dos suspeitos, considerado um dos líderes do grupo, já estava detido em presídio de Japeri, na Baixada Fluminense, desde uma tentativa de assalto a agência bancária, ocorrida em 7 de julho na cidade de Mendes (RJ), quando quatro integrantes do bando acabaram presos. Mesmo com o homem já capturado, os policiais cumpriram o mandado de prisão temporária contra ele, relacionado ao caso de Pirapetinga. Conforme Dornelas, os prejuízos causados na cidade mineira chegaram a R$ 250 mil em roubo e a R$ 400 mil em relação aos danos provocados na agência da Caixa Econômica Federal, que ficou completamente destruída.
Ainda durante a ação desta terça, que contou com policiais federais de Minas Gerais e do Rio, foi preso um ex-fuzileiro naval, que estava em sua casa no Bairro Realengo, na Zona Oeste carioca. Mandados de busca também foram cumpridos nessa localidade, em Campo Grande, na mesma região, e em Manguinhos, na Zona Norte.
Investigações
Conforme a Polícia Federal, as investigações começaram no dia 9 de junho, após o roubo a agência bancária em Pirapetinga. “Na ocasião, o grupo destruiu a agência bancária com o uso de explosivos, amedrontou a população local com disparos de arma de fogo, feriu um caminhoneiro, fez reféns e fugiu em direção ao Estado do Rio de Janeiro, em uma ação conhecida como ‘o novo cangaço”, explicou a polícia, acrescentando que essa modalidade criminosa, geralmente, é realizada nas pequenas cidades do interior do país.
Entre os suspeitos, foram identificados ex-militares com habilidades no manuseio de explosivos e ex-vigilantes, todos com antecedentes criminais. De acordo com o delegado Dornelas, outros quatro mandados de prisão temporária não chegaram a ser cumpridos, porque os alvos estariam escondidos em comunidades do Rio onde há alto risco de confronto. “Deixamos de cumprir para evitar conflagração e a possível morte de policiais. Optamos por fazer ao longo do tempo, para também não expor demais a população, porque são áreas vermelhas, de altíssimo risco.”
Segundo a PF, as apurações do delito em Pirapetinga começaram imediatamente após as primeiras informações sobre o crime, permitindo que o local fosse devidamente preservado pelas forças locais, auxiliando na coleta de vestígios e dados. As contribuições das polícias Civil e Militar foram consideradas decisivas para o trabalho dos investigadores federais.
Os investigados poderão responder pelos crimes de roubo qualificado, integração a organização criminosa, além de lavagem de capitais, com penas que podem somar mais de 31 anos de reclusão e multa. A operação foi batizada de Magia Negra em referência a um dos líderes do grupo.