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Às vésperas do carnaval, buracos e barreiras prejudicam tráfego nas estradas

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Em alguns pontos, a falta de capina e de roçada dificulta a visualização de placas (Foto: Fernando Priamo)

Apesar de as festas de carnaval terem sido suspensas em razão da pandemia, muitos juiz-foranos ainda devem aproveitar a folga prolongada entre este sábado (26) e a próxima terça-feira (1º de março) para viajar. No entanto, aqueles que forem pegar a estrada nos próximos dias devem ter atenção: as rodovias da região de Juiz de Fora estão com condições precárias para o tráfego, com problemas que vão desde buracos até falhas nas sinalizações horizontal e vertical. Nesta quinta-feira (24), a Tribuna esteve em três importantes estradas e flagrou pontos de perigo para os motoristas.

A rodovia que mais causa preocupação na região é a BR-267, sobretudo no trecho que liga Juiz de Fora a Bicas. Ainda em território juiz-forano, logo no Bairro Jardim Esperança, Zona Sudeste, já é possível notar a falta de capina nas duas margens da estrada. O problema continua durante toda a trajetória entre as duas cidades e causa temor, sobretudo, por impossibilitar que o motorista enxergue as placas fixadas às margens dos dois sentidos da rodovia, em um trecho onde ocorrem muitos acidentes.

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Além da dificuldade para visualizar a sinalização vertical, em diversos trechos a sinalização horizontal está apagada, o que pode colocar os motoristas em risco, principalmente no período noturno, já que a viagem entre Juiz de Fora e Bicas é realizada quase inteiramente em pista simples e em rodovia sem acostamento. Com a falta de pontos para a realização de ultrapassagens e o constante tráfego de veículos pesados, a Tribuna flagrou diversas ultrapassagens em trechos perigosos nesta quinta.

Ultrapassagens proibidas foram flagradas na MG-353, onde o mato alto às margens da via atrapalha a visão da sinalização vertical. Também falta acostamento em alguns trechos (Foto: Fernando Priamo)

Os buracos também foram notados pela reportagem na BR-267, ainda que em diversos trechos da rodovia houvesse sinais de que o asfalto fora remendado. Se o processo de recapeamento diminui o número de buracos no trecho, por outro lado, causa o desnivelamento da via, o que foi notado em praticamente toda a viagem. Mesmo com a diminuição do número de cavidades, a quantidade de motoristas que têm problemas com pneus furados é grande na região, segundo o frentista Wesley Estevão, que trabalha em um posto de combustíveis próximo a Bicas. “Já cansei de trocar pneu rasgado ou furado. Isso acontece todo dia, porque é cada cratera que tem (na estrada)…”

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Já o motorista de caminhão Leandro Prates, que realiza o trajeto entre Juiz de Fora e Bicas há cerca de dois anos e meio, diz que o trecho já esteve em situação pior. Ainda assim, ele levanta preocupação com os buracos que foram fechados recentemente, mas já começam a abrir. “Eles só remendam os buracos. Tem o risco tanto de prejuízo com o veículo, quanto de acidente, que é alto. Porque tudo atrapalha, principalmente quando está chovendo e à noite, que a visão é pior. Tudo isso agrava”, lamenta.

AMG-3085 e MG-353 também têm problemas

A Tribuna também passou pela AMG-3085 e pela MG-353, que liga Juiz de Fora ao município de Coronel Pacheco. Ainda que apresentem questões menos graves do que as observadas na BR-267, os trechos das rodovias também possuem pontos em que os motoristas devem ter atenção.

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Na AMG-3085, rodovia que liga a BR-040 à MG-353, foi possível notar alguns buracos que podem causar prejuízos aos motoristas que por ali trafegam. Além disso, em diversos pontos há sinais de encostas que cederam durante o período chuvoso, algumas ainda alcançando as margens da rodovia, e outras em manutenção.

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Foto: Fernando Priamo

No km 3 da estrada, inclusive, uma obra de manutenção deixa o trânsito no sistema de pare e siga, causando lentidão em momentos de maior tráfego de veículos. A intervenção começou há mais de um mês e deve permanecer durante todo o período do carnaval, com exceção do próximo domingo (27).

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Outros trechos da rodovia ainda despertam atenção pelo risco de novos escorregamentos de terra, que podem causar problemas na estrada. No km 1 da AMG-3085 ainda há uma grave erosão que dificulta a passagem de veículos no local, que ocorre apenas de maneira lenta e pelas extremidades da via.

Já na MG-353, no trecho que liga Juiz de Fora a Coronel Pacheco, foram raros os buracos encontrados pela via. Por outro lado, em determinados pontos, o mato alto localizado às margens da rodovia dificulta a visualização de placas. Outras questões preocupantes são a falta de acostamento em alguns trechos e as ultrapassagens indevidas em locais de alto risco de acidentes, fato flagrado pela reportagem.

‘Rodovias encontram-se em péssimo estado’, diz Ampar

As condições das estradas da região têm sido motivo de preocupação dos municípios ligados à Associação dos Municípios da Microrregião do Vale Paraibuna (Ampar/Cimpar), localizados na Zona da Mata e Campos das Vertentes. É o que diz o diretor-executivo da organização e prefeito de Guarani, Paulo Neves. À Tribuna, o prefeito chamou a atenção para a situação da MG-353, que ele classifica como a rodovia “mais prejudicada”. “O trecho que vai de Guarani a Rio Novo é um acesso muito importante para o Aeroporto Internacional Itamar Franco”, lembra.

Na AMG-3085, que liga a BR-040 à MG-353, por exemplo, depressão na pista faz com que motoristas tenham que usar desvio precário (Foto: Fernando Priamo)

Sobre outras rodovias da região, Neves também alertou para a BR-265, sobretudo no trecho que alcança Santa Bárbara do Tugúrio, no Campo das Vertentes. Na rodovia, próximo ao município de Mercês, há diversos problemas no asfaltamento. O secretário da Ampar ainda apontou a BR-120, entre Leopoldina e Cataguases, na Zona da Mata, como outra localidade com problemas graves.

Ainda segundo Neves, os municípios vinculados à Ampar realizaram, na última semana, uma reunião com três regionais do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) para pensar em ações a curto e longo prazo nas estradas mineiras. “Parando as chuvas, de imediato, (a ideia) seria tapar buracos. Depois, viria um processo de revitalização geral das estradas. Não cabe falar de desenvolvimento integrado da região sem vias decentes de acesso”.

Órgãos apontam outros locais de atenção

A Polícia Militar Rodoviária (PMR) mantém atualizado um mapa com as interdições e os pontos de atenção em estradas mineiras fiscalizadas pela PMR. Apenas na região de Juiz de Fora, são seis localidades demarcadas. Três delas são na MG-452: no km 15 e no km 12, nas proximidades do município de Oliveira Fortes, onde há erosões decorrentes das chuvas; e no km 25, em Aracitaba, com o mesmo problema.

NA BR-267, erosões são os principais problemas no trecho entre Juiz de Fora e Bicas. Rodovia, que é de traçado simples, também não tem acostamento, aumentando o risco de acidentes (Foto: Fernando Priamo)

Na MG-135 há ponto de atenção no km 50, na altura do município de Bias Fortes, por conta de uma queda de barreira. Outros problemas são apontados na MG-133, no km 35, próximo a Piau, também por queda de barreira; e no km 758 da BR-116, na altura de Leopoldina, por conta de erosão na estrada.

Já o DER-MG aponta quatro locais com problemas graves no asfaltamento. Na altura do km 334 da MG-494, próximo ao município de Arantina; na MGC-393, no km 40, na altura de Volta Grande; no km 114 da MG-353, em Santa Bárbara de Monte Verde; e na MG-874, próximo a Matias Barbosa, no km 30. “Os quatro pontos estão sinalizados, com tráfego fluindo normalmente, sem interdição, e os serviços de recuperação estão programados para serem iniciados na próxima semana, dependendo de condições climáticas favoráveis”, comunica o órgão.

Orientações
O agente da Polícia Rodoviária Federal Junie Penna lembra que os motoristas devem ter atenção também em viagens durante períodos chuvosos. “O que a gente orienta aos motoristas é que se atentem ao fluxo maior de veículos e também na questão das chuvas. As chuvas são um momento de comprometimento da segurança”, diz o policial, lembrando também da necessidade de vistoria nos veículos. “Atenção aos equipamentos obrigatórios dos veículos, com ênfase nos pneus, no sistema de suspensão e nos amortecedores, que são itens que comprometem a segurança dos veículos”, complementa.

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