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Cerca de 60 famílias sem moradia acampam em área pública em Rio Novo

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Equipes da Prefeitura do município de Rio Novo, localizado a cerca de 60 quilômetros de Juiz de Fora, e da Polícia Militar acompanham a movimentação de cerca de 60 famílias sem moradia fixa que acamparam em uma área pública do município neste fim de semana. No local, as pessoas ergueram habitações com a utilização de madeirite, telhas onduladas e outros tipos de materiais. Em vídeo que circula pelas redes sociais é possível ver o acampamento, com homens e mulheres construindo moradias e alguns utensílios próximos a essas construções.

Nesta segunda-feira (20), a Prefeitura de Rio Novo informou que tomou conhecimento do episódio, no último sábado (18), com a chegada de algumas pessoas na área conhecida como “Cachoeira do Calixto”, que fica distante cerca de três quilômetros do centro de Rio Novo. Conforme o Executivo, informações preliminares “apontam que são pessoas sem-teto que acamparam no local”.

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Após ser acionada, a Prefeitura adotou uma visita oficial como procedimento, a fim de averiguar a real situação. Foi enviada ao ponto de concentração uma equipe com representantes das secretarias de Assistência Social, Saúde e Educação. A Administração municipal também informou que fez contato com a Polícia Militar, que encaminhou militares para a localidade.

“Após os levantamentos iniciais, o Executivo Municipal tomará as providências cabíveis”, informou a Prefeitura de Rio Novo por meio de nota, salientando que a população será informada sobre o que está ocorrendo através de seus canais de comunicação oficiais. A princípio, como informou o Executivo pela sua assessoria de comunicação, o acampamento não teria ligação com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

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Vídeo que circula nas redes sociais mostra acampamento montado pelas famílias (Foto: Reprodução Redes Sociais)

Polícia registrou ocorrência

A Tribuna teve acesso ao Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) registrado pela Polícia Militar neste domingo (19), a respeito do acampamento. Segundo o documento, com a chegada da PM ao local, foi possível constatar a presença de diversas pessoas na área construindo suas moradias. Uma mulher, de 44 anos, ouvida pelos policiais no local, disse que era coordenadora do movimento Unidos pela Igualdade Social e que o grupo estaria ocupando o local para estabelecer moradias para as famílias que ali se encontravam.

Ainda conforme o Reds, a mulher relatou que o grupo chegou ao local na noite de sábado, e que contava com cerca de 40 famílias naquele momento, inclusive crianças, e que havia previsão de chegada de mais pessoas. A mulher ainda teria relatado que a pretensão daquelas pessoas não era permanecer naquela área, mas, sim, que a Prefeitura conseguisse meios para alojar as famílias em casas populares.

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Diante da situação, de acordo com a PM, o prefeito do município, Ormeu Rabelo Filho, foi informado a respeito da situação.

‘Arrumar moradia e emprego digno para essas pessoas’

A Tribuna conseguiu estabelecer contato com a mulher citada pela polícia no registro da ocorrência. Trata-se da assistente social e pedagoga Fabiana Lopes Alvim, coordenadora do movimento Unidos pela Igualdade Social (Upis). Segundo ela, o grupo é pacífico e luta por moradias para famílias que não têm condição de ter uma casa própria ou de pagar aluguel. “Ocupamos a Cachoeira do Calixto, mas nossa intenção é ter um diálogo com o prefeito, para que ele possa arrumar uma localização para o alojamento dessas famílias”, afirmou.

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Ela apontou que, no local, nesta segunda-feira, existiam cerca de 60 famílias, com crianças, adultos e idosos. Algumas dessas pessoas são de origem venezuelana. “Vamos permanecer aqui até que esse diálogo seja iniciado com o Executivo, para levar essas pessoas para um local mais bem estruturado. Hoje já estivemos com o prefeito, e ele está dando todo suporte para nós e ainda ficou de solucionar o problema, porque não queremos ocupar uma coisa que é patrimônio da cidade. Nossa intenção é arrumar moradia e emprego digno para essas pessoas”, ressaltou, relatando que algumas pessoas do acampamento já foram ao Centro de Rio Novo e conseguiram emprego. “Terá a reforma de uma escola, e algumas de nossas pessoas vão trabalhar lá. Nosso intuito é contribuir com o crescimento da cidade e dar uma vida digna para todos que estão aqui”.

Fabiana afirmou também que o grupo não tem ligação com o MST. “Nossa bandeira é branca, que significa paz, e tem o sol, que nasce para todos. Nosso movimento não tem bandeira partidária, nossa única bandeira é a Deus”, enfatizou. Ela, que é de Juiz de Fora, ainda relatou que o Upis já tem um acampamento, há cinco anos, no município de Goianá. “Estamos começando esse movimento em Rio Novo. Hoje temos 49 crianças, e todos estão recebendo os cuidados necessários, inclusive a assistência social da cidade já esteve aqui e vai nos fornecer colchões e cestas básicas”, disse.

Em vídeo encaminhado ao jornal, Fabiana também disse que as pessoas que estão acampadas estão de braços abertos para receber doações. “Contamos com a colaboração de todos, que possam chegar aqui, que possam trazer doações e fazer ajudar e conhecer a realidade de cada um que está aqui”, afirmou, ressaltando que o grupo não é formado por “bandidos”, mas sim de pessoas que querem melhores condições de vida.

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