Duas pessoas foram presas em flagrante na Operação Phythyum, deflagrada nesta quinta-feira (18) pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), para combater corrupção por meio de esquema de “rachadinha” e desvio de recursos da Covid-19 na Administração pública do município de Palma, na Zona da Mata mineira, a cerca de 145 quilômetros de Juiz de Fora. Durante a ação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), foram afastados de seus cargos o secretário municipal de Saúde e de Administração.
As informações são da assessoria do MP, a qual destacou que o prefeito de Palma, Hiram Vinícius Mendonça Finamore (PL), não é alvo dessa operação. Ainda conforme a Promotoria, além das pastas de Saúde e Administração, as investigações atingem a Secretaria de Transporte e a Câmara Municipal daquela cidade. A Tribuna entrou em contato com o Executivo e o Legislativo de Palma para se pronunciarem sobre a ação, mas não obteve retorno até o fim da tarde.
Segundo o MP, o cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão em residências particulares e em órgãos públicos municipais, nos quais os investigados trabalham ou estão vinculados, resultaram nas duas prisões em flagrante e na apreensão de duas armas de fogo, 18 aparelhos celulares, documentos diversos, três HDs externos, seis notebooks, sete pen drives, dois CPUs, contracheques, cartões bancários, folhas de cheques, carimbos, tablet e caderno de anotações. O MP não forneceu detalhes sobre os presos, que teriam sido flagrados com as armas.
A manobra desta quinta mobilizou agentes e servidores do Gaeco, 27 policiais civis, 24 PMs e três promotores de Justiça. O MP destacou que o objetivo é combater a corrupção e os desvios de recursos públicos que deveriam ser utilizados prioritariamente para o enfrentamento da Covid-19. “Também foram deferidos, judicialmente, dois pedidos cautelares de afastamento do cargo e proibição de qualquer tipo de contato em face de dois secretários municipais”, disse o órgão em nota, em referência aos secretários de Saúde e Administração.
De acordo com o MP, as investigações começaram na Promotoria de Justiça de Palma, “por meio de denúncias informando que diversos servidores públicos municipais estariam recebendo, indevidamente, valores superiores à remuneração habitual e repassando esses recursos para alguns agentes políticos municipais, prática conhecida como rachadinha”.
As verbas estariam sendo creditadas para os servidores, juntamente com a remuneração, sob a rubrica de “gratificação Covid”. “As investigações demonstraram que, além dessa gratificação, outras remunerações, sem fundamento legal, estavam sendo utilizadas para depósitos nas contas dos servidores municipais para posterior devolução.”