Duas mulheres, de 21 e 29 anos, e dois homens, de 22 e 47, foram presos em flagrante pela Polícia Militar, no último domingo (10), por suspeita de exploração sexual no município de Santos Dumont, a cerca de 50 quilômetros de Juiz de Fora. A polícia chegou até os suspeitos após denúncia de um pai, que estava preocupado com o desaparecimento da filha dele, 16, durante o fim de semana. No início da tarde, a PM seguiu até uma casa que seria usada para prostituição, na localidade de Campo Alegre, às margens da BR-499, e encontrou três integrantes do bando no local. Já a quarta mulher foi detida enquanto fazia uma visita a acautelado na unidade prisional da cidade.
“No local foram verificados alguns detalhes de boates de exploração sexual, como quartos separados, diversos preservativos, bebida alcoólica, pinos de substância entorpecente vazios”, resumiu a PM no boletim de ocorrência. Ainda conforme a polícia, o esquema contaria com vários envolvidos em diferentes funções: proprietário, gerente, segurança/olheiro, além das mulheres que fariam programas. Outro fator que chamou a atenção dos militares foi o preço da cerveja, vendida bem acima dos valores praticados no comércio da região.
Antes de os policiais chegarem à suposta casa de prostituição para checarem a denúncia, a adolescente desaparecida já havia retornado para sua residência. Ela contou à PM que havia ido até o local de ônibus, no começo da tarde de sexta, e pedido para trabalhar como acompanhante por três dias. Os responsáveis teriam aceitado e cobrado uma taxa de R$ 30 por programa para manutenção do espaço. Ela ainda teria recebido orientação para, caso a polícia aparecesse, dizer que se tratava de uma festa particular ou correr para um barranco nos fundos do imóvel.
A adolescente acrescentou que os suspeitos chegaram a lhe oferecer bebida alcoólica e que teriam ciência sobre ela ser menor de idade. Uma das mulheres teria explicado o cronograma de funcionamento do local, mostrado os quartos e detalhado o que deveria fazer durante o programa.
De acordo com a PM, após o relato da jovem, os militares se aproximaram da casa suspeita de forma tática e flagraram dois homens e uma das mulheres deitados em uma cama. Eles receberam ordens para sair do imóvel e foram submetidos a busca pessoal, mas nenhum material ilícito foi encontrado. A polícia destacou que na área externa havia grande quantidade de lixo, sendo a maioria composto por latas de cerveja. Os militares apreenderam dois celulares e R$ 270.
A mulher de 29 anos detida no presídio se identificou como proprietária do espaço, mas alegou que no endereço funcionava apenas um bar. Depois ela optou por ficar em silêncio. O bando preso foi levado para a Delegacia de Santos Dumont. O Conselho Tutelar também acompanhou o caso, que seguiu para investigação na Polícia Civil.