O tombamento de uma carreta transportando 45 mil litros de etanol sem documentação, na BR-267, reacendeu o alerta sobre os perigos da irregularidade no transporte de cargas nas rodovias. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), assim como no caso registrado neste domingo (7), são recorrentes situações em que as empresas orientam os motoristas a trafegarem pela região de Juiz de Fora no período da madrugada, com a intenção de escapar da fiscalização.
Na ocasião, cerca de 30 pessoas, entre policiais rodoviários federais, bombeiros militares, técnicos da Fundação Estadual do Meio Ambiente e funcionários de uma empresa especializada trabalharam mais de 40 horas no km 180 da rodovia, em Olaria, onde o veículo tombou sem deixar vítimas. Entretanto, cerca de 20% da carga de 45 mil litros de etanol que seguia de Batatais (SP) para o estado do Rio de Janeiro foi derramado na pista e atingiu uma lagoa na região, trazendo danos à circulação de veículos na rodovia. Além disso, segundo a PRF, o motorista apresentou documentação fiscal com permissão para operar apenas no estado de São Paulo.
Conforme a PRF, o caso ilustra uma prática que vem sendo evidenciada pelo fato de a maioria das apreensões serem registradas no período noturno, e não mais ao longo do dia. “Essa mudança no horário do deslocamento aconteceu, muito provavelmente, em função de a fiscalização ter se tornado mais contundente. Então eles (os motoristas) estão procurando se deslocar nos horários em que imaginam estar menos sujeitos à fiscalização.”
Segundo ele, a ideia de que as apreensões acontecem em menor quantidade no período da noite é equivocada. “A gente monitora esses veículos com irregularidades para realizar as fiscalizações no momento em que eles estão transitando. Da mesma forma que muda o transporte, muda também a dinâmica da fiscalização.”
‘Operação perigosa’
De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o transporte de combustível é caracterizado como operação perigosa e está sujeito a diversas regularizações, de acordo com a resolução de junho de 2021 nº 5.947. “O produto classificado como perigoso tem uma sensibilidade maior, e por isso está sujeito a uma série de normativas, justamente, em função dos riscos. Acidentes envolvendo essas cargas preocupam muito devido ao eventual dano que elas podem causar”, explica Junie.