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Ubá enfrenta maior enchente de sua história

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Ruas ficaram alagadas após transbordamento de córrego (Foto:Prefeitura de Ubá/Divulgação)

Os próximos dias serão para contabilizar prejuízos na vizinha cidade de Ubá, a cem quilômetros de Juiz de Fora, que enfrentou a terceira enchente neste ano, e, conforme a Prefeitura, a maior de sua história. As chuvas fortes atingiram o município ainda na noite de terça-feira (7), causando extravasamento do Ribeirão Ubá e inundação ao longo da Avenida Beira-Rio, na região central e em vários pontos da cidade. Diversos problemas decorrentes das enchentes anteriores, uma delas há pouco mais de um mês, foram agravados. Levantamento realizado pela Administração Municipal aponta que, pelo menos, 60 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas, o que representa mais da metade da população que é de 93.981, segundo último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Deste total, 432 pessoas estão desalojadas.

A situação caótica obrigou a instalação de um comitê de crise na sede do Corpo de Bombeiros, coordenado pelo prefeito Edson Teixeira Filho (PHS), assim como a decretação de situação de emergência. A Administração Pública orienta que a população não saia de casa e economize água devido a danos causados nas duas estações de tratamento que abastecem a cidade.

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Casas desabaram

De acordo com a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, choveu cerca de 128 milímetros (mm) em duas horas. Além da intensidade da água na área urbana, chuvas na cabeceira do Ribeirão Ubá, na Serra do Miragaia, foram cruciais para a elevação do nível do rio. Segundo os bombeiros, o ribeirão atingiu cerca de oito metros o nível da calha, deixando 13 pessoas ilhadas nos períodos de inundação intensa. Pelo menos duas residências vieram abaixo em consequência das chuvas, uma delas no Bairro Waldemar de Castro e outra no Bairro Triângulo. Ninguém ficou ferido e não houve registro de vítimas fatais.

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Logo pela manhã, máquinas trabalhavam para amenizar estragos causados pela chuva (Foto:Prefeitura/Divulgação)

Ainda em virtude da forte precipitação, o distrito de Miragaia está sem acesso, devido à queda de uma ponte. Equipes já atuam na obtenção de matéria-prima para o reparo emergencial. Já o acesso ao distrito de Ubari deve ser realizado pela estrada das Sete Voltas, em Divinésia. Outro ponto afetado foi a passarela provisória do Bairro Fazendinha, levada pela força das águas. Como rota alternativa, a população deve utilizar a estrada de acesso ao bairro.

Desde as primeiras horas desta quarta, equipes de limpeza, das Secretarias de Ambiente e Obras, atuam na cidade, que conta também com apoio de outros municípios. Todas as equipes empenhadas receberam máscaras e recursos de higiene. O Centro e os bairros Waldemar de Castro, Solar de Ubá, Santa Edwiges, Travessa Perim, Paulino Fernandes e Triângulo, além de diversas comunidades rurais, foram os pontos mais afetados, segundo informou o Executivo municipal.

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Comitê é instalado para discutir consequências das chuvas (Foto: Jornal O Noticiário)

Apoio às famílias

Diante da quantidade de pessoas desalojadas, equipes da Secretaria de Desenvolvimento Social foram empenhadas no levantamento de famílias afetadas e realizam visita às áreas mais críticas para distribuição de kits de limpeza e cestas básicas. Um representante da Defesa Civil Estadual está na cidade, acompanhando as ações e monitorando as áreas atingidas, além de auxiliar neste levantamento.

Questionada sobre a realocação dos desalojados, a Prefeitura informou que foram direcionados para a casa de parentes. Portanto, o distanciamento orientado em virtude do coronavírus não será possível em muitos lares. Apesar desta dificuldade, a orientação é que, dentro do possível, as pessoas tomem as medidas preventivas, evitem aglomerações, façam a higiene das mãos e deixem os ambientes ventilados. Vale ressaltar que a cidade confirmou o primeiro caso de coronavírus, no último domingo (5).

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O Poder Público solicita à comunidade que faça doações de água mineral, alimentos não perecíveis, materiais de limpeza e botas de plástico a partir do número 37. As doações podem ser feitas no Fórum Cultural, situado na Praça São Januário, de 7h às 17h.

Cidade foi tomada pela lama (Foto: Prefeitura /Divulgação)

Mais de 50 chamados

Conforme o tenente Carlos Eduardo Guilarducci, do Corpo de Bombeiros, equipes foram às ruas para contabilizar os danos causados pelas chuvas no município, aproveitando que as águas baixaram ainda no final da noite de terça. “Estamos rodando com a viatura para saber a extensão do problema. As equipes irão continuar nas ruas para fazer vistorias, e a Prefeitura já começou a limpar as vias. Foi uma inundação súbita e rápida”, relata.

A corporação registrou 17 chamados, somente na terça-feira. Já nesta quarta, foram 54 atendimentos em razão das chuvas, a maior parte relacionada a pessoas ilhadas em veículos, e vistoria em residências e estabelecimentos comerciais com risco de desmoronamentos.

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