Dois ônibus urbanos foram completamente destruídos em um incêndio criminoso, iniciado no fim da madrugada desta quinta-feira (6), na garagem do Coletivos Muriaeense, no município de Muriaé, a cerca de 160 quilômetros de Juiz de Fora. Os bandidos ainda deixaram uma carta, que ligaria a motivação a detentos do sistema prisional, mas o conteúdo não foi divulgado pela Polícia Militar, para não atrapalhar as investigações.
De acordo com informações do registro policial, o caso ocorrido no Bairro Barra foi comunicado por volta das 5h. Um fiscal de tráfego, de 35 anos, e um motorista, 61, contaram aos militares que foram abordados por dois rapazes, que entraram a pé. Um deles estava armado, aparentemente com revólver, e deu ordens para as vítimas encostarem na parede, dizendo: “Somos traficantes, não se mexam, isso não tem nada a ver com vocês, são ordens do comando”.
Enquanto isso, o comparsa pegou um galão com cinco litros de gasolina, entrou em um dos ônibus estacionados na garagem e ateou fogo. A dupla fugiu em um carro, logo após a ação criminosa, deixando para trás a carta, escrita à mão em uma folha de caderno.
Ainda de acordo com a PM, após o trabalho de combate às chamas realizado pelo Corpo de Bombeiros, foi possível constatar que dois coletivos haviam ficado completamente destruídos. Além disso, a estrutura metálica de um tanque de combustível ficou deformada, e mais três ônibus tiverem pequenas avarias na parte frontal. A rede de alta tensão também ficou danificada, sendo necessário o acionamento da Energisa para promover o desligamento da rede elétrica. O gerente da empresa informou à PM que desconhece qualquer tipo de ameaças contra a firma e disse que os veículos possuem seguro.
“O incêndio começou em um ônibus e propagou para outro. O calor também rompeu o fio de alta tensão”, detalhou o bombeiro militar que atuou na ocorrência, tenente Jorge Dornellas. “Quando chegamos ao local, existiam 24 ônibus intactos e dois em chamas, enquanto a fiação estava chicoteando, por causa do rompimento da alta tensão. Assim que foi feito o desligamento da corrente pela Energisa, começamos a atuar, e o incêndio foi debelado.”
O tenente acrescentou que, devido ao rápido trabalho, os demais veículos não chegaram a pegar fogo. “Protegemos também um tanque de óleo diesel que estava do lado de um dos ônibus inflamados. Conseguimos isso por meio do resfriamento com água.” O caso seguiu para investigação na Polícia Civil.