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Por reeleição, Zema defende legado e levanta bandeira da continuidade

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Zema esteve em Juiz de Fora nesta quarta-feira (13), onde participou do Tribuna Transamérica (Foto: Leonardo Costa)

Pré-candidato à reeleição, o governador Romeu Zema do (Novo) foi o terceiro entrevistado na série de sabatinas que as equipes da Tribuna e da Rádio Transamérica Juiz de Fora fazem com os nomes colocados como postulantes ao Governo de Minas Gerais. Nesta quarta-feira (13), Zema sinalizou que sua principal bandeira de campanha será a da continuidade e a da defesa das realizações de sua gestão, principalmente no campo da austeridade fiscal. Na entrevista, o governador voltou a apontar que o edital para retomada das obras do Hospital Regional de Juiz de Fora deve ser lançado até o final do ano e que o aparelho deve ser entregue à população até o fim de 2024.

“O Hospital Regional, não só o de Juiz de Fora como os outros, de Governador Valadares e de Teófilo Otoni, serão concluídos. O mais importante, que é o recurso, já está assegurado. Só podemos retirar esses recursos da conta para fazer a construção desses hospitais”, disse Zema. Ao falar sobre o atraso das obras que começaram em 2010, o atual governador fez algo que foi recorrente na entrevista: críticas a gestões passadas, em especial, a do governador Fernando Pimentel (PT). “Infelizmente, Minas Gerais teve essa tragédia no passado e essas obras ficaram paralisadas. Nós só conseguimos recursos para concluirmos essas obras devido ao acordo da tragédia de Brumadinho. Então, esse dinheiro está reservado.”

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Zema declarou ainda que, mesmo após a garantia dos recursos, oriundos do acordo firmado com a Mineradora Vale, entraves burocráticos ainda precisam ser superados antes da retomada dos trabalhos. “Sabemos que retomar uma obra parada é a coisa mais difícil do mundo. Essa obra era da Prefeitura. O terreno era da Prefeitura e teve de ser estadualizado. Tudo isso significa burocracia. Mas eu posso te assegurar que, nesse segundo semestre de 2022, e nós já estamos nele, nós teremos o edital para a construção. Sobre a conclusão dessa obra, se Deus quiser, a prefeita Margarida (Salomão, PT) vai inaugurar ainda na atual gestão. Eu, sendo reeleito, com toda a certeza, terei a satisfação de estar aqui. Independentemente de eleição, essa questão está encaminhada. É um ponto de honra para o Estado de Minas entregar o Hospital Regional de Juiz de Fora”, pontua o governador. Zema sinalizou ainda que, após a entrega do hospital, sua intenção é de que a gestão do mesmo fique sob a responsabilidade do Estado.

Legado e continuidade

Como não poderia ser diferente para um incumbente, o discurso do pré-candidato Romeu Zema é de defesa de seu legado nos últimos três anos e meio e também da necessidade de continuidade dos trabalhos desenvolvidos até aqui. “Nós fizemos avanços expressivos em Minas Gerais. Conseguimos uma redução expressiva também na questão do pessoal no Estado. Quando nós assumimos, a folha de pagamento estava estourando muito, muito acima do limite prudencial. Ela representava 67% da receita corrente do Estado. Ano passado, nós já conseguimos reduzir para 49%, que é o limite prudencial. Nós ainda temos de fazer uma redução para ficarmos enquadrados na Lei de Responsabilidade Fiscal”, afirmou o governador.

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Para Zema, a busca por maior austeridade fiscal desenvolvida em seu governo leva Minas Gerais para o que chama de “caminho certo”. “Temos hoje um Estado muito mais eficiente, um Estado com muito mais credibilidade. Minas Gerais era um Estado que tinha perdido totalmente a confiança, principalmente de investidores. Um Estado que não honrava compromissos, inclusive com o próprio funcionalismo. No ano passado, eu tive a oportunidade de colocar em dia a folha de pagamento. Durante seis anos, o funcionalismo ficou recebendo atrasado, no Governo anterior ao meu.”

O governador considera ainda como mérito de sua gestão o fato de o Estado ter colocado em dia transferências atrasadas relacionadas a repasses estaduais devidos às prefeituras. “Quitamos as dívidas com os municípios, que correspondem a R$ 7 bilhões relacionadas ao ICMS, ao Fundeb, ao IPVA… Hoje, as prefeituras de Minas têm uma situação muito diferente daquela que existia há quatro anos”, disse Zema.

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Rodovias

Apesar de destacar suas ações no combate às questões fiscais e do funcionalismo, o governador defende a necessidade de um segundo mandato ao alegar que ainda há “muito o que fazer”. “Somente esse ano nós tivemos condição de iniciarmos a recuperação das estradas. Estamos investindo R$ 2,15 bilhões na recuperação de 2,5 mil quilômetros. Asfalto novo em cima de asfalto que já não tolerava mais a operação tapa-buraco. Somos o estado que tem a maior malha viária do Brasil. Ainda temos de levar esse plano adiante, que vai precisar de uma segunda e de uma terceira etapa ainda, para que nós venhamos a ter aqui estradas adequadas”, disse.

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Para Zema, além da superação de problemas financeiros do Estado, sua gestão trouxe avanços para o ambiente de negócios nos municípios mineiros (Foto: Leonardo Costa)

Governador acredita em novo círculo virtuoso para Minas

Para o governador Romeu Zema, além da superação de problemas financeiros do Estado, sua gestão trouxe avanços para o ambiente de negócios nos municípios mineiros. “Saímos de um círculo vicioso e entramos num círculo virtuoso. Minas Gerais é o estado do Brasil que, proporcionalmente, mais atrai investimentos. Já conseguimos atrair R$ 236 bilhões, um número nove vezes superior ao do Governo passado. Há investimentos, inclusive aqui em Juiz de Fora, onde está sendo implantada essa fábrica de embalagens, porque eles sabem que nada vai ficar engavetado, que não precisa pagar propina para ninguém, que ninguém no meu Governo vai estar exigindo pedágio para candidato ou para partido”, afirmou.

Neste ponto da entrevista, o governador bateu na tecla de uma de suas principais bandeiras. “É um Governo de austeridade. É um Governo em que nós controlamos cada Real”, disse, para logo em seguida defender que seu Governo reduziu burocracias. “Simplificamos muito o ambiente para quem quer investir em Minas. Eu, como empresário, no passado, cheguei a ficar anos aguardando uma assinatura e um carimbo da Secretaria do Meio Ambiente. Isso, hoje, não acontece. Ou nós falamos sim ou falamos não rapidamente, porque não podemos deixar quem quer trabalhar, ficar aguardando.”

Ainda do ponto de vista da economia do Estado, Romeu Zema afirma que, nos últimos três anos e meio, Minas Gerais conseguiu criar mais de meio milhão de empregos com carteira assinada, de acordo com o Caged, do Ministério do Trabalho. “As pessoas querem oportunidade, querem dignidade. Isso, nós estamos dando. Inclusive, aqui em Juiz de Fora, nós temos mais de três mil alunos fazendo o Trilhos do Futuro, com cursos técnicos de dois anos de duração, com auxílio-alimentação e com auxílio-transporte, em escola particular, para formarmos técnicos em enfermagem, técnicos em radiologia, técnicos em automação industrial, técnicos em irrigação, técnicos em manutenção de máquinas agrícolas, técnicos em edificações e por aí vai. Isso vai mudar a vida das pessoas”, sentenciou o pré-candidato.

Busca por alianças segue no radar

Ainda sem a definição de alianças para buscar a reeleição, o governador foi questionado sobre a possibilidade de, assim como aconteceu em 2018, voltar a se lançar na disputa por uma chapa pura do Novo. De imediato, Zema deixou clara sua vontade de fazer composições com outras legendas. “Tenho batalhado dentro do partido, em todas as esferas, para uma chapa mista. Os ideais do Novo nós sabemos. Nós queremos um Governo ético, um Governo eficiente, um Governo que respeita o dinheiro do cidadão. Queremos também nos aproximar da classe política, porque você precisa ter uma base política, deputados do seu lado, para poder levar os seus projetos adiante. Então, eu tenho constantemente batalhado nesse sentido. No que depender de mim, será um candidato a senador e um candidato a vice de outros partidos”, ratificou.

Contudo, o próprio Romeu Zema admitiu que seu anseio por alianças com outros partidos esbarra em obstáculos internos existentes dentro da sua legenda, em que o nome do ex-secretário-geral de Governo, Mateus Simões (Novo), sempre é colocado como uma opção para a vaga de vice-governador. “O Novo tem uma governança diferente. Eu tenho entrado em contato com aqueles que votam para mostrar essa minha visão de pluralidade. Não acredito que uma chapa pura do novo seria a melhor opção. Na minha opinião, nós estaremos perdendo o Mateus Simões. É uma peça-chave. Será muito importante no meu Governo. Mas não precisa necessariamente ser vice. Ele pode ser o secretário-geral, como foi até poucos meses atrás, contribuindo muito. Uma peça fundamental”, avaliou o governador.

Paginado sobre quais partidos poderia se aliar, evitou falar em siglas. “Temos conversas em andamento com muitos partidos. Infelizmente, quando se fala dessas decisões políticas, como aconteceu aí com as filiações partidárias, as coisas acabam sendo costuradas de última hora. Se você olhar o Brasil afora, acho que a maioria dos candidatos a governador ainda não teve essa definição.”

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