Sempre discutida durante períodos eleitorais e muito defendida pela gestão do governador Romeu Zema (Novo), a privatização de empresas estatais estaduais é rejeitada pela maioria dos eleitores mineiros. A constatação é de uma pesquisa feita pelo Instituto Datatempo, divulgada pelo jornal O Tempo, na última terça-feira (2). O levantamento questionou a opinião dos entrevistados sobre um possível repasse à iniciativa privada da Cemig, da Copasa, da Gasmig e da MGS.
Com relação à Cemig, estatal que atua na geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, 65,3% dos eleitores entrevistados pelo Datatempo se disseram contrários à privatização da empresa. No caso das demais empresas, 59,6% se manifestaram contra a venda da Copasa, que atua no segmento de saneamento básico e abastecimento de água; 53,9% são contrários à alienação da Gasmig, distribuidora de gás natural canalizado; e 53% são contra a privatização da MGS, que realiza atividades de limpeza e segurança.
Na outra ponta, o maior percentual de eleitores que apoia a privatização das estatais foi observado quando o questionamento foi relacionado a uma possível alienação da Copasa, apoiada por 25,2% dos entrevistados. No caso das demais estatais, o percentual de favoráveis à privatização ficou em 22,9% no caso da Cemig; 22,1% em relação à Copasa; e 21,1%, quando o questionamento foi direcionado à MGS.
Referendo
Vale lembrar que, nos casos de Cemig, Copasa e Gasmig, a Constituição Estadual prevê que é necessária a realização de um referendo para que a população confirme ou negue a venda de uma dessas três empresas. O referendo deve ser convocado caso a alienação das estatais seja aprovada por 47 dos 77 deputados estaduais que compõem a legislatura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
A pesquisa foi realizada com recursos próprios do Datatempo e ouviu dois mil eleitores entre 15 e 20 de julho. As consultas foram coletadas no formato domiciliar. A margem de erro é de 2,19 pontos percentuais para mais ou para menos, e o intervalo de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada sob os protocolos TSE BR-08880/2022 e TRE MG-08733/2022.