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Frente parlamentar quer unir esforço no combate à dengue

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Força-tarefa tem por objetivo unir esforços para prevenir a proliferação do Aedes aegypti (Foto: Felipe Couri)

A Câmara Municipal de Juiz de Fora oficializou, na tarde desta segunda-feira (30), a criação de uma frente parlamentar mista de combate à dengue, em solenidade realizada no Teatro Paschoal Carlos Magno. Capitaneada pelos vereadores Ana Rossignoli (MDB), Marlon Siqueira (MDB), Juraci Scheffer (PT) e Wanderson Castelar (PT), além de representantes de várias secretarias da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), a força-tarefa tem por objetivo unir esforços para prevenir a proliferação do Aedes aegypti, vetor de doenças como zika e chikungunya, além da dengue. A instalação do grupo de trabalho se deu a partir de requerimento apresentado por Ana Rossignoli e foi aprovado pelo plenário do Poder Legislativo em maio.

Além dos vereadores, integram o grupo de trabalho as secretarias municipais de Saúde; de Comunicação Pública; de Educação; de Transporte e Trânsito; de Obras; e de Governo. Também fazem parte da força-tarefa a Associação dos Aposentados, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb) e outras entidades públicas e do setor privado. Entre elas, o Grupo Bahamas, que, segundo a Câmara, disponibilizou o humorista Pedro Bismarck para colaborar com as ações de conscientização.

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O lançamento da frente foi acompanhado por diversas autoridades, e a plateia do Teatro Paschoal Carlos Magno tomada em quase sua totalidade. “Temos um exército para nos ajudar a combater a dengue. Que bom”, afirmou a vereadora Ana Rossignoli na abertura da solenidade que instalou o grupo de trabalho. Em 2016, a parlamentar perdeu uma irmã acometida pela dengue. Entre os presentes, o prefeito Antônio Almas (PSDB) avaliou que a força-tarefa se juntará a outras ações já realizadas pela Prefeitura, em especial, com ações de conscientização e de publicidade.

“A cada período chuvoso, aumentamos as ações preventivas. A melhor forma de combater a dengue é combater os criadouros e isto é um trabalho para todos os cidadãos. A gente precisa que todos assumam suas responsabilidades”, avaliou Almas. O tucano destacou ainda que é preciso que todos os juiz-foranos assumam um compromisso social para combater a proliferação do vetor, evitando, por exemplo, práticas como o descarte irregular de lixo. “Só com a participação de toda a população vamos evitar que a dengue seja um veículo de óbitos e de sofrimento pela doença que nos deixa em um nível de incapacidade muito grande”, afirmou o prefeito, que admitiu que já foi acometido pela dengue.

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Neste sentido, Ana Rossignoli reforçou que a “frente parlamentar não é exclusiva da Câmara, mas é uma construção em conjunto com o Poder Executivo. “Precisamos trabalhar juntos. Não podemos deixar para nos mobilizar após a perda de um ente querido, por exemplo. Já vamos começar o nosso trabalho nas ruas agora. Vamos visitar igrejas e escolas e atuar ao lado da população para formar multiplicadores. Hoje somos 40 pessoas, mas vamos multiplicar este número para quantas pessoas forem necessárias”, destacou Ana. Também participaram do lançamento da frente parlamentar representantes de entidades e da sociedade civil ligadas a questões pertinentes à saúde pública.

De acordo com informações da Câmara, a frente parlamentar pretende desenvolver atividades de caráter pedagógico, de forma a conscientizar a população sobre os cuidados necessários para evitar a proliferação do Aedes aegypti. Para isto, o grupo de trabalho deve estabelecer parcerias com entidades como escolas, igrejas, comércios, associações de moradores e órgãos públicos.

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Doença já causou 12 óbitos em 2019

Neste ano, já foram confirmados 12 mortes por dengue em Juiz de Fora, e o número de casos já passa de 6 mil. Conforme divulgado anteriormente pela Tribuna, Juiz de Fora já havia ultrapassado a marca de quatro mil casos de dengue em julho deste ano. No dia 23 daquele mês, a Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) informou que o Município já computava um total de 4.272 casos prováveis no ano, com a incidência da doença saltando de 709,01 para 757,03 pessoas em cada cem mil habitantes, índice considerado “muito alto” pelo Estado.

Atualmente, segundo a gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (Dvea) da Secretaria de Saúde da PJF, Cecília Kosman, os números atualizados apontam que já foram registrados 5.931 casos confirmados de dengue. “Já são quase 500 mil casos registrados em Minas Gerais, o que é um quadro epidêmico”. Ainda de acordo com Cecília, os quadro epidêmicos acontecem de forma cíclica e os últimos anos com os números mais preocupantes foram 2010, 2013 e 2016. “Em 2016, tivemos mais de 35 mil casos confirmados na cidade.”

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Segundo a gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental, no momento, circula em Minas Gerais um novo sorotipo do vírus, o de tipo 2, considerado mais virulento e agressivo. “Temos que entender que estamos enfrentando uma ‘nova dengue’. Muitos que já tiveram dengue no passado podem imaginar que já estão imunizados. Mas isto não é verdade”, ressalta, destacando que o sorotipo 2 é mais perigoso e capaz de resultar em quadros clínicos mais graves e com maior possibilidade de óbitos.

O plano de ação de força-tarefa terá foco central em ações de conscientização para formar redes de multiplicação de ações pertinentes ao combate ao vetor da dengue. “90% dos focos estão dentro de imóveis, de residências e estabelecimentos comerciais. Enquanto a população não se engajar, infelizmente a situação pode se tornar pior a cada ano”, avalia Cecília.

“A ideia é formar uma rede de mobilização em que as informações sejam compartilhadas de forma coesa e rápida com capacidade para atingir todos os moradores da cidade, de janeiro a janeiro”, explica a gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da PJF. Assim, inicialmente, as ações serão regionalizadas, com foco, a cada mês, nos bairros de determinada região. A primeira escolhida será a Sudeste, pela grande incidência de casos registrados no local. Como exemplo, Cecília destacou que só as visitas a creches e escolas podem impactar 6,2 mil famílias nos bairros da região no mês de outubro.

Vereadora defende campanha permanente nas escolas de JF

No último dia 18 de setembro, a vereadora Ana Rossignoli deu início à tramitação de um projeto de lei que pretende instituir na cidade uma “Campanha Educativa Permanente de Prevenção” de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela” nas escolas de educação infantil e de ensino fundamental da rede pública e privada de Juiz de Fora. Segundo o texto, caso a proposição seja aprovada e transformada em legislação, tais estabelecimentos deverão observar a “Política de Prevenção e Combate ao Mosquito Transmissor” destas enfermidades.

A proposição define três pontos como princípios fundamentais da Política Municipal de Prevenção e Combate ao Mosquito Transmissor das doenças. São eles a conscientização da comunidade escolar sobre os perigos à saúde pública provocados pelo Aedes aegypti; a realização de palestras informativas; e a incidência de campanhas objetivando a divulgação de procedimentos de prevenção e combate ao mosquito transmissor.

“É preciso sensibilizar os alunos para que os mesmos se mobilizem e divulguem tudo sobre os cuidados que todos devem ter para evitar o crescimento de foco do mosquito transmissor dessas terríveis doenças, disseminando o conhecimento adquirido entre seus familiares, atingindo assim a comunidade em que vive”, afirma a vereadora Ana Rossignoli na justificativa anexada ao projeto de lei. Antes de ser debatida em plenário, a proposição ainda precisa ser analisada pelas comissões temáticas da Câmara.

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