Um protesto realizado por estudantes na tarde de ontem resultou em conflito com a polícia na Esplanada dos Ministérios. A mobilização ocorreu contra a aprovação da PEC 55, que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos. O grupo reuniu-se no Museu Nacional e caminhou até a frente do Congresso. Ao chegar ao gramado do Congresso, houve tumulto e confronto, quando a polícia reagiu, disparando bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo. Dois carros, sendo um de uma equipe de reportagem, foram virados. O forte aparato policial conseguiu afastar a maioria dos manifestantes, que seguiram rumo à Catedral e foram “empurrados” pela PM em direção à rodoviária de Brasília. A organização estima a participação de 15 mil pessoas, já a PM do Distrito Federal diz que cerca de dez mil participam do ato.
Manifestantes de Juiz de Fora também foram alvo da ação policial. Ao todo, sete ônibus seguiram até Brasília com um grupo de estudantes, professores e técnicos-administrativos da UFJF para acompanhar a votação, em protesto convocado pelas entidades sindicais e estudantis. “A gente estava fazendo a manifestação em frente ao prédio do Congresso quando a polícia dispersou a manifestação com bomba de gás lacrimogêneo e até mesmo a cavalaria. Houve uma dispersão da manifestação, mas o pessoal se concentrou novamente para seguir a passeata”, explicou o técnico-administrativo da UFJF e membro do Sintufejuf, Flávio Sereno Cardoso. Segundo o advogado Leonardo Yung, havia estudantes feridos e ambulâncias prestando socorro.
Em meio a um grupo de deputados da Comissão de Direitos Humanos, a deputada Margarida Salomão (PT) deixou o Congresso caminhando e chegou a conversar com policiais. Eles denunciaram uma repressão seletiva, inclusive denunciando a presença de manifestantes de direita. Por volta de 19h, ela publicou um vídeo em sua página, condenando a ação repressiva. “Estão soltando os cavalos em cima dos meninos. Um ar que ninguém consegue respirar. Isso é um abuso, isso é a ditadura, o abuso da força policial. Nada justifica isso. Os meninos estavam fazendo uma manifestação democrática. Estamos aqui para denunciar isso, mas eles não respeitam nem deputado”, disse.