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Afastamento de Bruno Siqueira é dado como certo

(Foto: Fernando Priamo)

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Os últimos grãos de areia correm intermitentemente para o andar de baixo da ampulheta, e o prazo final para decisões importantes de atores políticos locais que pretendem disputar as eleições em outubro está próximo do fim. Para disputar o pleito, o candidato deverá estar com filiação deferida pelo partido em até seis meses antes do pleito, cujo primeiro turno ocorre em 7 de outubro e o segundo, no dia 28 do mesmo mês. O mesmo limite vale para a desincompatibilização de algumas funções públicas, como diretores de autarquias, secretários municipais e chefes do Executivo, por exemplo. Ou seja: em todas estas situações, o dia 7 de abril, sábado, é o Dia D para os interessados garantirem condições para a inserção de seus nomes nas urnas e o direito a testar seus prestígios junto ao eleitorado. No caso local, a maior expectativa paira em torno de uma possível renúncia do prefeito Bruno Siqueira (MDB). Desde as eleições passadas, os rumores de que o chefe do Executivo juiz-forano poderia abrir mão do mandato para tentar um cargo parlamentar vem ganhando contornos mais nítidos. O próprio Bruno já sinalizou que uma decisão deve ser conhecida após o feriado de Páscoa.

No banco das apostas, Bruno já foi colocado como candidato a deputado federal, senador e até vice da candidatura de Pimentel (Foto: Fernando Priamo)

Apesar de o fato Bruno ainda não ter se posicionado publicamente, diversas conversas nos corredores políticos de Juiz de Fora e de Belo Horizonte têm dado seu afastamento do cargo como quase certo. Para se ter uma ideia, as dúvidas neste sentido pairam mais sobre qual será o cargo que o prefeito irá disputar em outubro. Assim, Bruno já foi colocado como candidato a deputado estadual, deputado federal, senador e, mais recentemente, teve até seu nome especulado em como vice-governador de uma possível candidatura do governador Fernando Pimentel (PT) à reeleição, caso se confirme prognósticos que apontam uma reedição da dobradinha entre MDB e PT no âmbito estadual.

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Os burburinhos mais recentes ora colocam Bruno em uma disputa majoritária, na corrida por uma das duas cadeiras disponíveis para o Senado no pleito de outubro, ora apontam um voo mais baixo e uma empreitada por uma vaga na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Neste último caso, tal caminho poderia significar o retorno de prefeito de Juiz de Fora ao Legislativo estadual após seis anos. Em 2012, ele deixou a mesma função para, exatamente, disputar a Prefeitura. À época, fez uma campanha muito crítica ao então prefeito Custódio Mattos (PSDB), que tentava a reeleição. Caso opte pela renúncia, curiosamente, o emedebista deixará a Prefeitura sob a responsabilidade do vice-prefeito Antônio Almas (PSDB), quadro próximo ao grupo político de Custódio.

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Uma possível decisão pela renúncia, no entanto, não significa que Bruno baterá, de imediato, o martelo com relação a sua futura candidatura. Isto porque o cenário político e eleitoral no estado segue em movimento. Em especial no MDB. Com grande capilaridade e correntes internas distintas, o partido já flertou com uma candidatura própria e com o apoio à reeleição de Pimentel. No movimento mais recente, a legenda homenageou, no âmbito estadual, os 52 anos do MDB, em evento realizado na ALMG na última segunda-feira (26). A maioria dos discursos saiu em defesa de que o partido tenha uma candidatura própria tanto ao Governo do estado como ao Senado. Nestes casos, os nomes apontados como candidatos latentes foram os do presidente a Assembleia, Adalclever Lopes e do deputado federal Leonardo Tristão para o Palácio da Liberdade, e do empresário Josué Alencar para o Senado.

A despeito das citações, não há definições de nomes. A cúpula estadual do MDB parece rachada. A cisão interna levou até mesmo à defecção do deputado federal Rodrigo Pacheco, que, desde o ano passado, se colocava como pré-candidato da sigla ao Governo, mas acabou oficializando sua saída para o DEM no último dia 19. De um lado, há defensores do apoio à reeleição de Pimentel. De outro, entusiastas da candidatura própria. Tal cenário de indefinição mantém a porta aberta para uma possível empreitada de Bruno ao Senado ou mesmo à vaga de vice-governador na chapa de Fernando Pimentel. Isto porque Bruno tem a simpatia e a confiança do atual presidente estadual da sigla, Antônio Andrade. Apesar de derrotado na intenção de realizar prévias partidárias ainda em março, o que poderia favorecer os anseios de Rodrigo Pacheco, Andrade ainda pode ter poder de barganha na reta final das candidaturas, uma vez que, à frente do diretório, participará diretamente da definição da destinação às campanhas de recursos oriundos dos fundos partidário e eleitoral pertinentes ao MDB.

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Vereadores que trocarem de partidos podem perder mandato

Os próximos dias não devem ser movimentados apenas para o prefeito Bruno Siqueira (PMDB). Outros detentores de mandato com domicílio eleitoral em Juiz de Fora também se movimentam para garantir suas reeleições ou subir mais alguns degraus na pirâmide legislativa da federação. Ora no PSD, o deputado Lafayette Andrada deve migrar para o PRB, a fim de potencializar o anseio de trocar a ALMG pela Câmara dos Deputados. No caso de Lafayette, no entanto, a mudança partidária não trará qualquer risco para seu atual mandato de deputado estadual, uma vez que deputados federais e estaduais podem se beneficiar pela janela de 30 dias para troca partidária proporcionada pela minirreforma eleitoral de 2015.

O mesmo não pode ser dito de alguns vereadores que estudam ou estudaram a possibilidade de buscar uma nova casa em tempo de afiançarem seus nomes nas urnas. Uma troca no meio da atual legislatura, todavia, pode resultar em contestações acerca da chamada fidelidade partidária e findar em cassação de mandato. Nos bastidores, já ocorreram especulações de que Cido Reis (PSB) e Sheila Oliveira (PTC), que devem disputar uma cadeira na ALMG, e Charlles de Oliveira (PP) e Rodrigo Mattos (PSDB), que vão correr pela Câmara dos Deputados, já teriam estudado uma possível troca de partido.

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Assim como o prazo de desincompatibilização de Bruno do cargo de prefeito, os parlamentares também têm até o próximo dia 7 para tomar uma decisão acerca de uma possível mudança de agremiação – mesmo sem o benefício da janela partidária dada aos deputados estaduais e federais. Por outro lado, por uma característica dos cargos legislativos, não terão que deixar suas funções na vereança para concorrer em outubro. Ao quarteto também devem se juntar Adriano Miranda (PHS) e Roberto Cupolillo (Betão, PT). Os dois, no entanto, não teriam chegado a aventar uma mudança de legenda com intuito de potencializar suas prováveis candidaturas a deputado estadual.

Entre os deputados da cidade, outro que teria avaliado a possibilidade de trocar de partido foi Márcio Santiago (PR), que deve tentar a reeleição para a Assembleia. Os demais deputados estaduais Antônio Jorge (PPS), Isauro Calais (MDB) e Noraldino Júnior (PSC) devem permanecer em seus atuais partidos para também tentar renovar seus mandatos na ALMG por mais quatro anos. O mesmo deve valer para o trio de deputados federais eleitos pela cidade em 2014: Júlio Delgado (PSB), Marcus Pestana (PSDB) e Margarida Salomão (PT).

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