Professores da rede municipal de Juiz de Fora e a Prefeitura chegaram a um acordo sobre a campanha salarial da categoria. O Sindicato dos Professores (Sinpro) e o Município classificaram o entendimento como histórico, uma vez que os docentes vão receber o índice integral do reajuste do Piso Nacional do Magistério, definido em 2022 em 33,24%, com base em legislação federal. O pagamento do percentual, todavia, ocorrerá de maneira escalonada.
Já nos salários de abril, incidirá um reajuste de 10,06%. O percentual será retroativo a janeiro. Neste caso, as diferenças remuneratórias mensais relativas a janeiro, fevereiro e março serão pagas, respectivamente, nas folhas de pagamento referentes a maio, junho e julho. Os professores receberão novo reajuste em seus salários, agora de 7%, em setembro. Da mesma forma, os vencimentos serão reajustados em 6,5% em outubro; e em 6,25% em novembro.
Ao final, a incidência dos percentuais totalizarão o reajuste de 33,24%, conforme o reajuste da Lei do Piso do Magistério. O acordo também prevê a retroatividade a janeiro dos percentuais do que serão dados à categoria em setembro, outubro e novembro. O pagamento das diferenças, no entanto, vai ficar para 2023, quando será definido o calendário de quitação. O Sinpro reforça que a aplicação do reajuste será linear para todo o Magistério, sem a retirada de direitos.
‘Vitória sem precedentes’
“É uma vitória sem precedentes. Isso é reconhecido pela direção do sindicato e também pela categoria. As negociações foram complexas e envolveram um número significativo. Nos debruçamos em dados. Tanto o sindicato, como a Prefeitura. Fizemos exercícios diversos, com a apresentação de alternativas, até chegarmos a um consenso que possibilitou o apontamento de um acordo. Pela primeira vez na história, todo o pleito apresentado pela categoria, no que tange a reajuste, foi plenamente absorvido pela administração”, afirma Roberto Kalan, tesoureiro do Sinpro. O sindicato dos professores reforça ainda que o reajuste vale para toda a categoria, ativos e inativos.
O acordo foi construído após extensas conversas que, segundo a Prefeitura, resultaram em 14 reuniões com o sindicato dos professores. “É histórico porque estamos, de fato, efetivamente, revogando o artigo 9º. Esse acordo que concluímos é, na prática, a revogação do dispositivo. Restauramos a remuneração, recuperando a carreira”, ressaltou a prefeita.
“Estamos fazendo isso pela educação. Para se ter um salto na educação, é necessária uma remuneração adequada, creche para todas as crianças e mais horas das crianças nas escolas. Se temos o compromisso de avançar profundamente na educação, isso é uma parte do esforço que temos que fazer”, afirmou a prefeita Margarida Salomão (PT).