A Polícia Federal apresentou, na manhã desta terça-feira (27), em Juiz de Fora, os drones que serão usados nas eleições municipais deste ano. No total, mais de cem equipamentos serão utilizados em todo o Brasil. O objetivo é identificar crimes eleitorais, como boca de urna e compra de votos. Durante esta semana, equipes da corporação realizam treinamentos práticos, testes e simulações, a fim de planejar o trabalho. Os drones serão utilizados durante todo o horário de votação, das 7h às 17h, nos dois turnos, que acontecem nos dias 15 e 29 de novembro.
Segundo a delegada da PF e coordenadora das ações para as eleições em Juiz de Fora, Fabrini Zacaron, os drones irão sobrevoar as principais zonas eleitorais do país, em especial, as que contam com maior número de eleitores. A ideia é fiscalizar e reprimir a prática de crimes eleitorais. “Qualquer flagrante que for identificado pelas máquinas serão imediatamente comunicados às equipes disponíveis na delegacia da Polícia Federal, que irão encaminhar agentes para realizar abordagem das pessoas que estiverem cometendo essa prática delitiva”, explica.
Os equipamentos possuem câmeras com mecanismo de aproximação para identificar suspeitos, placas de veículos e situações como entregas de santinhos e compra de votos, com imagens de alta nitidez. De acordo com a delegada, os drones já são comumente utilizados pela Polícia Federal na repressão de outros delitos, como tráficos de drogas e aqueles relacionados a crimes ambientais.
Pela primeira vez, os drones serão utilizados nas eleições. “Juiz de Fora já conta com esse equipamento há um tempo e, agora, de acordo com o planejamento estratégico da Polícia Federal em relação aos crimes eleitorais, foi inserido esse novo instrumento para repressão e fiscalização das questões eleitorais”, explicou Fabrini.
‘Crime contra a democracia’
De acordo com o juiz da 153ª Zona Eleitoral de Juiz de Fora, José Alfredo Jünger, os crimes eleitorais são recorrentes em todo o Brasil, especialmente nos dias em que ocorrem as votações. Destacando o trabalho da Polícia Federal, juntamente com o Tribunal Superior Eleitoral, o juiz apontou, durante a apresentação dos equipamentos nesta terça, a necessidade de utilização dos drones durante as eleições.
“Isso é uma situação que preocupa as autoridades, especialmente a Justiça Eleitoral, porque é um atentado não só à dignidade do eleitor, mas também à democracia. Desvirtuar a vontade do eleitor é um crime muito grave, é um crime contra a democracia”, afirma. “Essa é uma tecnologia extremamente importante, porque dá condições de identificar, com muito mais facilidade, essas pessoas ou grupos de pessoas que estão praticando esse crime”, destacou.