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Em clima moderado, Margarida e Wilson reforçam diferença no debate

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(Foto: Fernando Priamo)

A três dias do segundo turno das eleições municipais, os candidatos Margarida Salomão (PT) e Wilson Rezato (PSB) voltaram a se enfrentar, nesta quinta-feira (26), em debate promovido em conjunto pelo Grupo Solar de Comunicação e pela UniAcademia. Em tom moderado, a contenda eleitoral, dividida em quatro blocos, durou aproximadamente uma hora e 15 minutos. O embate entre os postulantes à sucessão do prefeito Antônio Almas (PSDB) na Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) foi o penúltimo.

No primeiro e terceiro blocos, Margarida e Wilson puderam realizar perguntas entre si sob temas livres. Por outro lado, no segundo bloco, as interações foram pautadas pelas equipes da Rádio CBN Juiz de Fora e da Tribuna _ as perguntas foram sobre infraestrutura, mobilidade urbana, saúde e educação. Nos três blocos, as perguntas foram sempre limitadas a 30 segundos; as respostas, a 90 segundos; e as réplicas e tréplicas, a 60 segundos. No último bloco, ocorreram as considerações finais, em que tanto Margarida quanto Wilson tiveram 90 segundos.

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Transporte coletivo urbano

Após sorteio realizado momentos antes do debate, coube a Margarida Salomão a primeira pergunta. A candidata questionou Wilson sobre os problemas enfrentados no sistema de transporte coletivo urbano da cidade. O empresário citou a licitação realizada pelo ex-prefeito Bruno Siqueira (MDB), considerando que a concorrência não atendeu às expectativas, tanto da parte dos usuários, como também das concessionárias.

Como solução, o candidato defendeu o diálogo para a definição de ajustes necessários. Para Margarida, cabe à PJF mediar o conflito. Ela defendeu ainda uma completa reconfiguração do sistema, sinalizando que, se possível, está disposta a realizar uma nova licitação para reequilibrar o sistema. Na tréplica, Wilson afirmou que a concorrência realizada por Bruno pecou pela falta de conversas entre as partes interessadas e com a sociedade.

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(Foto: Fernando Priamo)

Geração de emprego e renda

Em sua primeira pergunta à adversária, Wilson a questionou sobre quais ações objetivas pretende fazer para fomentar o emprego e a renda em Juiz de Fora, além de atrair novos investimentos. Margarida defendeu a criação de um ambiente propício aos negócios para atrair investimentos. A candidata considerou que é preciso valorizar o próprio potencial da cidade, citando o setor de serviços, como apoio às áreas de saúde, de educação e do comércio. Para isto, defendeu programas para agilizar os trâmites burocráticos.

Na réplica, Wilson disse que é necessário ter atitude. Uma vez mais, fez críticas à Administração de Bruno Siqueira e defendeu que é necessário colocar as pessoas certas no local certo. Neste ponto, criticou o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Rômulo Veiga, que integra a equipe de comunicação da campanha da adversária. Margarida ressaltou que Rômulo contribui para sua campanha apenas na área de comunicação, não na área programática.

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Investimentos de infraestrutura na periferia

Wilson perguntou como a adversária pretende levar infraestrutura e os serviços da PJF às áreas periféricas. Margarida disse que pretende desenvolver um planejamento regional, com a participação popular. Disse também que vai articular as ações da PJF e concentrá-las em uma pasta voltada para o planejamento urbano. Wilson reforçou a necessidade de atitude. O candidato do PSB afirmou que pretende fazer pequenas obras de forma permanente nas áreas mais carentes de infraestrutura.

Wilson defendeu que estas áreas precisam de recursos para aplicação imediata e disse que tem acesso aos três senadores de Minas Gerais _ Carlos Viana (PSD), Antonio Anastasia (PSD) e Rodrigo Pacheco (DEM) _, com quem poderá buscar apoio por meio de emendas. Margarida considerou que, com o planejamento territorializado, ela vai ativar a economia destas regiões mais periféricas. Disse ainda que em áreas como o Centro da cidade também precisam de intervenções, citando problemas estruturais provocados pelo crescimento urbano.

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Mobilidade urbana

Já no segundo bloco, Margarida Salomão abordou novamente o tema da mobilidade urbana após sorteio feito pela organização do debate. Ela questionou quais os projetos do adversário para os táxis e o transporte de aplicativo. Novamente Wilson direcionou críticas ao ex-prefeito Bruno. O candidato sinalizou a intenção de fazer uma regulamentação que garanta a atividade dos aplicativos de transporte, sem prejuízos para os taxistas.

Para Margarida, é necessária uma reconfiguração ampla do sistema, incluindo também a melhoria de calçadas e a implementação de ciclovias. A deputada sinalizou ainda que irá buscar nas legislações federais ferramentas para fomentar a atividade dos táxis e atender também a reivindicações dos motoristas de aplicativos. Por fim, Wilson externou a intenção de realizar uma ciclovia na beira do Rio Paraibuna. A área também seria usada para caminhada, conforme o candidato. Destacou que pretende diminuir os deslocamentos urbanos, levando serviços aos bairros, inclusive, serviços da Prefeitura.

Educação

Em pergunta sobre educação, Wilson questionou Margarida sobre como a petista pretende realizar a manutenção e a reforma das escolas municipais. Margarida alertou que, neste momento, o tema mais importante da educação é o calendário letivo diante da pandemia de Covid-19. A candidata ressaltou que é necessário achar um método pedagógico para dar conta do déficit educacional de 2020.

Por sua vez, Wilson disse que contratará uma equipe para realizar reformas permanentes em todas as escolas da rede municipal de ensino, além de melhorar as condições de trabalho dos diretores. O candidato ainda prometeu a realização de concurso para o magistério. Margarida insistiu que os problemas de infraestrutura são periféricos agora. A candidata, no entanto, concordou com a necessidade de concurso para o magistério. Por outro lado, Margarida sinalizou ainda a intenção de transformar escolas em centros culturais dos bairros.

Estratégia de Saúde da Família

Fechando o segundo bloco, o tema sorteado foi saúde. Margarida perguntou a Wilson sobre uma mudança na legislação relativa à Estratégia de Saúde da Família, que, segundo ela, traz riscos de perdas de recursos para a cidade. Sobre o tema, Wilson disse que pretende fazer do SUS de Juiz de Fora um dos melhores do Brasil e disse que pretende aumentar as equipes de Estratégia de Saúde da Família, com a inclusão de novos profissionais, como educadores físicos e, talvez, fisioterapeutas. O candidato sinalizou ainda a possibilidade de criar uma farmácia cidadã.

Na réplica, Margarida detalhou portaria divulgada pelo Ministério da Saúde e disse que Juiz de Fora está correndo risco de perder recursos para a Estratégia de Saúde da Família. Segundo ela, a cidade deve chegar a 150 equipes dentro do programa, mas, para isto, precisa realizar um recadastramento das famílias atendidas para ter acesso aos recursos. Na tréplica, Wilson reforçou que tem experiência em gerir recursos. Disse que irá terminar a Policlínica de Benfica e reabrir a unidade em maio, além de trabalhar para reabrir as portas de atendimento do Hospital João Penido.

Políticas públicas para idosos

No terceiro bloco, o debate voltou aos temas livres. Margarida, a primeira a perguntar conforme sorteio realizado, questionou Wilson sobre quais propostas o candidato tem para a população de idosos de Juiz de Fora, que é acima da média nacional, conforme a petista. Wilson anunciou a intenção de criar o Centro de Atenção aos Idosos, que teriam uma equipe multidisciplinar para atender esta população.
Embora Margarida tenha destacado a necessidade de ter um centro de referência para idosos, alertou que é fundamental garantir o direito dos idosos. Conforme a candidata, os idosos podem optar por cursar uma faculdade ou então ter acesso a lazer e cultura. Wilson disse que se referia aos idosos em situação de maior vulnerabilidade, e não à Margarida, que havia ponderado que é idosa, já que tem 70 anos. O candidato ressaltou que a interação de idosos em toda a cidade é necessária, citando irmã mais velha que fica satisfeita em ir a bailes.

(Foto: Fernando Priamo)

Relações partidárias

Wilson fez críticas à gestão do ex-governador Fernando Pimentel (PT), apostando no desgaste da gestão petista. Margarida ressaltou que Wilson é candidato do PSB, que foi parceiro do PT em várias gestões, incluindo composições entre as duas legendas, inclusive, com a indicação de candidatos a vice e dobradinhas entre os dois partidos.

Wilson disse que enquanto os dois partidos eram parceiros, as administrações federais e estadual petista ainda mostravam fôlego. Para ele, após a parceria entre o PT e o MDB, os resultados foram negativos. Neste sentido, Wilson se colocou como o candidato da mudança. Margarida voltou a afirmar que o PSB participou de todos os governos do PT. A deputada reforçou que o PT nunca governou a cidade. E apontou que Wilson tem o apoio do ex-prefeitos Custódio Mattos (Cidadania) e Tarcísio Delgado (PSB) e tem o apoio de dois nomes que recentemente ocuparam a Presidência da Câmara para insinuar que o adversário representa a continuidade.

Economia solidária na Zona Rural

Em nova pergunta, Margarida destacou a economia solidária, contestando Wilson sobre as propostas do candidato do PSB para a Zona Rural. Ao iniciar a resposta, Wilson retomou o raciocínio do embate anterior, reforçando que está no PSB há apenas quatro anos. Por outro lado, o empresário destacou que a Zona Rural está abandonada há oito anos. Margarida assumiu que é, de fato, necessário o investimento em estradas e tecnologia na Zona Rural. Contudo, a candidata anunciou um programa especial de compras de itens produzidos pela Zona Rural para incentivar a economia local. Na tréplica, Wilson ressaltou a proposta de asfaltar a estrada entre os distritos de Valadares e Rosário de Minas no segundo ano de eventual mandato à frente da Prefeitura.

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