Em entrevista à Rádio Transamérica JF na manhã desta sexta-feira (23), a prefeita Margarida Salomão (PT) projetou o anúncio de intervenções de grande porte em diferentes bairros de Juiz de Fora para o início do próximo ano. O investimento será destinado, sobretudo, para locais de estragos causados pelas chuvas que atingiram a cidade nos últimos anos. A chefe do Executivo ainda tratou de temas como o redesenho do transporte coletivo juiz-forano e a segurança pública, em meio à onda de violência que atinge o município.
Durante a entrevista, a prefeita elencou o enfrentamento da pandemia e a retomada do desenvolvimento econômico como dois dos principais desafios da atual gestão da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). A terceira tarefa apontada por Margarida são os reflexos do crescimento desordenado do município. “Com a chuva que já aconteceu, a cidade está resistindo. Nós nos antecipamos com a dragagem dos rios e com a limpeza das bocas de lobo. Com isso, reduzimos os danos e vamos, no princípio do ano, apresentar para a cidade alguns projetos monumentais”, afirma.
Entre as obras enumeradas pela prefeita estão as intervenções no Bairro Santa Luzia, região de constantes alagamentos, assim como no Bairro Industrial, que também sofre rotineiramente com as chuvas. “Nós teremos que fazer uma intervenção de grande porte, que é a reurbanização do bairro (Industrial). Outra situação é a do Mariano Procópio. A cidade foi crescendo e, infelizmente, essas coisas não foram previstas”, diz a chefe do Executivo, que classificou a taxa de drenagem como aliada para obtenção de recursos para obras do tipo.
Margarida ainda citou a situação da Rua Rosa Sffeir, no Bairro Grajaú, Zona Leste. Como mostrou a Tribuna em reportagem publicada nesta sexta-feira, a falta de obras de contenção no local, após os deslizamentos que aconteceram no último período chuvoso, causa preocupação a moradores. Conforme a prefeita, o Executivo captou recursos para as obras e construiu o projeto que guiará a intervenção, faltando a contratação da empresa que vai executar a obra.
Mobilidade urbana
De acordo com a prefeita, o Executivo iniciou as articulações com o Governo federal para solicitar a municipalização temporária da BR-440, rodovia que teve a construção iniciada há 11 anos e ainda não tem perspectiva de conclusão. “Vou conversar sobre isso para que a gente possa usar a 440 como uma via urbana”, projeta. Margarida afirma que busca assumir a responsabilidade de maneira temporária para que a Prefeitura não tome para si inteiramente as incumbências relacionadas ao local, que são do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. “Se fizer uma municipalização definitiva, tudo passa a ser uma incumbência do povo de Juiz de Fora, que não tem culpa nenhuma”, complementa.
Outro tema abordado foi a reorganização do transporte coletivo urbano. A chefe do Executivo anunciou que nem todas as linhas que foram suprimidas nos últimos meses voltarão a circular, uma vez que a substituição dos itinerários ocorrem em decorrência de um redesenho do sistema público de transporte. “Muitas linhas não vão voltar porque estamos racionalizando o sistema. Tem lugares em que substituímos ônibus que vão a lugares íngremes, como o Bairro Santa Rita e o Jardim Natal. Estamos reorganizando e redesenhando o sistema como um todo”.
Reunião com forças de segurança
Em resposta à sequência de episódios violentos ocorridos recentemente em Juiz de Fora, a prefeita Margarida Salomão revelou que fará uma reunião com a Polícia Civil e com a Polícia Militar na próxima semana. “Isso não é incumbência constitucional nossa. A Guarda Municipal tem dado apoio e trabalhado na área da inteligência e prevenção. Mas, efetivamente, os problemas requerem um entrosamento e uma determinação do Estado de Minas em cuidar disso da melhor maneira possível”.