O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano (Sinttro) alerta os trabalhadores do Consórcio Manchester, um dos dois grupos que operam o sistema de transporte coletivo urbano de Juiz de Fora, para riscos de desemprego. A categoria está preocupada com o futuro de motoristas e cobradores após a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) anunciar a decisão de rescindir o contrato firmado com a concessionária, que, hoje, é formada unicamente pela empresa Tusmil. Há, inclusive, o temor de, em caso do rompimento da concessão, existirem problemas para o recebimento das verbas rescisórias às quais os profissionais têm direito.
“São dois mil trabalhadores que dependem da empresa para receber isso. Não temos nenhuma garantia”, afirmou o presidente do Sinttro, Vagner Evangelista, em vídeo divulgado pelo Sindicato. A categoria cobra da Prefeitura um plano de ação para garantir os empregos e os direitos dos trabalhadores que hoje atuam no Consórcio Manchester.
No último dia 14, antes, portanto, do anúncio da decisão pela rescisão do contrato de concessão, representantes de motoristas e cobradores e da PJF se reuniram para discutir o tema. Na ocasião, a Prefeitura sinalizou que, caso o rompimento fosse levado a cabo, o Município trabalharia pela manutenção dos postos de trabalho.
Após o encontro, a prefeita Margarida Salomão (PT) sinalizou a criação de um grupo de trabalho para o desenvolvimento de estratégias para garantir os postos, mesmo em caso de rescisão do contrato com o Consórcio Manchester. “Vamos constituir um programa de contingência para que, seja o que acontecer, os trabalhadores tenham os seus direitos, seu trabalho e seus empregos garantidos”, afirmou Margarida. Ainda de acordo com a chefe do Executivo municipal, a atual Administração lutará para garantir que a cidade tenha “o melhor transporte coletivo possível”, ao mesmo tempo em que os trabalhadores da área “tenham todos os seus direitos respeitados”, afirmou a prefeita.
Entenda
Nesta segunda-feira (21), a Prefeitura anunciou a decisão de rescindir o contrato com o Consórcio Manchester. Por sua vez, a concessionária poderá apresentar recurso no prazo de cinco dias úteis.
O processo administrativo para apurar a caducidade do contrato mantido com o Consórcio Manchester, que resultou na decisão pela rescisão contratual, foi aberto no último dia 4 de março.
A movimentação aconteceu após a Prefeitura classificar como “insuficientes” as manifestações feitas pela concessionária em 21 de fevereiro, em resposta à notificação feita pela PJF um mês antes, no dia 20 de janeiro.
Na ocasião, o Município determinou que o consórcio adotasse medidas para corrigir falhas observadas na prestação do serviço, relacionados à circulação de veículos com idade acima da permitida e também sobre acidentes envolvendo ônibus da empresa Tusmil.
Após o anúncio, o Consórcio Manchester lamentou a decisão e afirmou que “utilizará as medidas cabíveis para defesa de seus direitos” e também buscará “a reparação dos prejuízos e indenizações legalmente cabíveis”.