O que será melhor para o usuário do sistema de táxi? Pontos fixos ou livres em Juiz de Fora? Em busca desta resposta, a Secretaria de Transportes e Trânsito (Settra) pretende realizar uma análise técnica sobre o assunto, que suscita polêmica entre a própria categoria. Uma proposta inicial é a criação de pontos livres de pelo menos duas vagas espalhados pelo Centro e outras regiões da cidade. Hoje existem 82 pontos fixos, com a possibilidade de permanência de até três “pescadores” em cada um.
O assunto foi tema de audiência pública na Câmara Municipal, que reuniu número considerável de taxistas, entre permissionários e auxiliares. O vereador Júlio Gasparette (PMDB), que solicitou a reunião, afirmou que foi procurado por taxistas favoráveis à causa. Ele levantou a necessidade de um estudo consciente sobre a proposta, convidando os presentes a realizarem uma discussão “boa e fraterna” no plenário da Casa.
Nos microfones, taxistas alternaram posicionamentos favoráveis e contrários, demonstrando a falta de consenso entre a classe sobre o tema. O risco de concentrar a oferta no Centro, esvaziando os bairros, foi levantada pelos contrários. Os favoráveis apontam a possibilidade de haver maior rotatividade, além de ganhos mais igualitários entre os trabalhadores do sistema. A necessidade de um estudo minucioso foi levantada por muitos, além do desejo de que a categoria fosse consultada, por meio de votação.
O presidente da Associação dos Taxistas, Luiz Gonzaga Nunes, afirma que a entidade não é contrária à possibilidade, sendo favorável a que os taxistas tenham ganhos iguais. O presidente do Sindicato dos Taxistas, Aparecido Fagundes da Silva, levantou a necessidade de se verificar se a proposta é viável, antes de aprofundar as discussões. “Há necessidade de estudo para identificar as vantagens e as desvantagens.” Uma preocupação dele é com a possível aglomeração na região central. Já o presidente do Sindicato dos Taxistas Auxiliares, Marcus Costa, considera que existe viabilidade de implementação. Na sua opinião, os pontos livres seriam uma forma de estimular a dispersão dos táxis.
O secretário de Transportes e Trânsito, Rodrigo Tortoriello, atestou que falta consenso entre a categoria sobre o assunto, mas destacou a importância de fomentar o debate. Tortoriello garantiu que qualquer decisão será pautada pela análise técnica. Na sua opinião, com os pontos livres, seria possível reduzir o tempo de espera dos clientes, aumentando a circulação e a oferta de táxis. O secretário destacou, ainda, a redução do custo variável para o taxista, já que, após uma corrida, ele não precisaria retornar até o seu ponto de origem. Tortoriello ponderou sobre a dificuldade que seria enfrentada pelos usuários mais antigos, acostumados a ligar para os pontos para acionar o serviço, além da preocupação em desabastecer os bairros mais distantes. “É uma ideia a ser trabalhada”, concluiu.