A Câmara Municipal de Juiz de Fora aprovou, na quinta-feira (20), uma moção de repúdio ao prefeito de Betim, Vittorio Medioli (PSD). A manifestação aconteceu por conta de falas de Medioli durante reunião da comissão parlamentar de inquérito (CPI) instalada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), para apurar questionamentos relacionados à vacinação da Covid-19 no Estado.
À CPI, o prefeito de Betim questionou os critérios de distribuição dos imunizantes entre os municípios mineiros e insinuou que, assim como Belo Horizonte, Juiz de Fora estaria sendo privilegiada ao receber, proporcionalmente, mais doses em relação a outras cidades. “Belo Horizonte recebeu 403 mil vacinas a mais do que a média do Estado. Juiz de Fora recebeu 31 mil a mais. Todos os outros municípios receberam doses a menos”, disse o prefeito de Betim, segundo o jornal “O Tempo”, ao participar como convidado da CPI, também nesta quinta.
A moção de repúdio foi capitaneada pelo vereador Bejani Júnior (Podemos) e foi subscrita por Tallia Sobral (PSOL), Laiz Perrut (PT), Julinho Rossignoli (Patriota), Tiago Bonecão (Cidadania), João Wagner Antoniol (PSC) e Cida Oliveira (PT). O texto afirma que Medioli atribuiu ao fato do ex-secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, ser de Juiz de Fora, o entendimento de que a cidade teria algum privilégio na campanha de vacinação em andamento na cidade.
“Dados do IBGE estimados em 2020, Juiz de Fora possui a população em torno de 573.285 habitantes, comprovando que as vacinas recebidas até o momento chegam a 27,6% da população, isso para receberem a primeira dose. Importante mencionar a celeridade na vacinação no município, demonstrando sua efetividade na aplicação das vacinas. Além do mais, Juiz de Fora possui uma estimativa de mais de 80 mil idosos em sua população, e um grande grupo de pessoas com algum tipo de comorbidade, possuindo prioridade para vacinação”, ressalta o texto da moção.
Com a aprovação do texto, a Câmara ainda manifesta “total solidariedade e apoio a todos os envolvidos na vacinação do município, fazendo desta manifestação um ato de desagravo em face da fala descabida e sem propósito do prefeito de Betim”, finaliza o documento, que, agora, deve ser encaminhado a Medioli.