Representantes da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e da Associação Municipal de Apoio Comunitário (Amac) participaram de uma reunião nesta terça-feira (19) em que discutiram as dificuldades financeiras e as planilhas orçamentárias da instituição de assistência social, que pode se ver obrigada a demitir servidores com a iminência da revisão de convênios atualmente mantidos com o Município. O encontro ocorreu após a suspensão das atividades desenvolvidas pela Amac na última segunda-feira, quando centenas de trabalhadores da instituição deliberaram pela continuidade da paralisação até esta quarta-feira.
A paralisação é contestada pelo Executivo. Em nota, a PJF afirmou que notificou oficialmente a Amac para que retornasse imediatamente a execução dos serviços prestados no município, “sob pena de sanções contidas nos termos de cooperação assinados com as Secretarias de Desenvolvimento Social e Educação”. A administração confirmou ainda que teve acesso aos dados financeiros da instituição para análise. A reportagem não conseguiu uma avaliação do encontro por parte da Amac.
Impacto
Segundo a Amac, a revisão dos convênios representará uma perda de 40% no orçamento atual da entidade. Com isto, o impacto na folha de pagamento deve se refletir na perda de 284 dos 1.100 postos de trabalho já a partir de julho. O dinheiro também não seria suficiente para o pagamento das verbas rescisórias. De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinserpu), servidores da Amac se espalharam e fizeram uma ação para conscientizar a população e distribuíram panfletos com explicações sobre os principais pontos reivindicados pela associação.
Outro encontro está agendado para esta quarta-feira com representantes da Secretaria de Educação e de Desenvolvimento Social. Há ainda a expectativa de que o prefeito Antônio Almas (PSDB) participe da reunião. Também na quarta, às 15h, uma assembleia com os servidores da Amac está programada na Praça da Estação, no Centro, para avaliar o andamento das negociações e decidir os próximos passos do movimento.
A Amac hoje é responsável por projetos como Banco de Leite Humano, Creches, Curumins, Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Casa do Pequeno Artista, Casa da Menina Artesã, Casa do Pequeno Jardineiro, Agente do Amanhã, Promad, Núcleo de Cidadão de Rua, dentre outros. Conforme a instituição, a interrupção dos serviços afeta cerca de 15 mil assistidos por esses projetos.