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Sem julgamento no TSE, Lacerda mantém presença em debate

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) irá julgar o mandado de segurança impetrado pela direção nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) para impugnar a candidatura de seu representante ao Governo de Minas, Marcio Lacerda. A previsão era de que o julgamento ocorresse nesta quinta-feira (16), mas a sessão foi encerrada sem que o pedido entrasse na pauta. Em entrevista à Tribuna, o presidente estadual do partido, Renê Vilela, afirmou que o principal motivo para a impugnação está no “desacato” do candidato à resolução votada no Congresso Nacional do PSB, realizado em março. Na ocasião, teriam sido definidas as alianças partidárias para as eleições 2018. Nesta definição, PSDB, MDB e DEM ficaram de fora. No entanto, na quarta-feira (15), Lacerda registrou junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) a chapa “Minas tem jeito”, na qual tem o candidato Adalclever Lopes (MDB) como vice.

Na última terça (14), o TRE negou tutela cautelar para validar a ata estadual do PSB, que validaria, assim, a candidatura (Foto: Fernando Priamo)

De acordo com Renê, a atitude do partido objetiva, exclusivamente, garantir as regras que foram deliberadas e acordadas de forma coletiva. “Não temos a intenção de prejudicar o Marcio, mas é preciso que haja fidelidade e coerência com as diretrizes do partido. É uma regra impessoal”, diz. “A candidatura não deve ser um projeto individual. O PSB é um partido nacional, de médio porte, que possui a sexta bancada federal.” Ele confirma que a proposta para o Governo de Minas é apoiar a reeleição de Fernando Pimentel (PT). “O estado tem muitos problemas, ocorridos no governo atual e em outros anteriores. Não seria com uma aliança com o MDB que Marcio aprovaria as mudanças que são necessárias.”

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Na avaliação de Renê, o MDB é hoje o principal adversário político do PSB. “O MDB de Minas representa o que há de mais conservador no partido, e tem uma liderança nacional que é contra as nossas convicções. O perfil do eleitorado desses deputados é muito diferente do nosso. Nós não iremos nos coligar. O MDB de Minas foi a linha de frente da eleição de Eduardo Cunha”, dispara. Ele afirma que a proposta de Lacerda se candidatar à segunda vaga do Senado pela coligação do partido está mantida. A primeira é destinada à Dilma Rousseff. “Sabemos que o Marcio tem total condições de ser um grande senador.”

Imbróglio
Conforme informações do PSB, em abril, Lacerda teria comunicado à direção nacional do partido que não se candidataria ao Governo estadual por razões pessoais. Em maio, ele reconheceu a possibilidade de se lançar como candidato à vice-presidência na chapa de Ciro Gomes (PDT). “Esta aliança não teria nenhum problema, pois o PDT está entre os partidos que a nossa resolução prevê aliança”, explica Renê. Após a candidatura ao lado de Ciro não ser viabilizada, o pessebista teria manifestado interesse na coligação com o MDB na disputa para o governo. “No dia 5 de agosto, ele disse que abriria mão para sair como senador em uma aliança com o PSDB, novamente, explicamos que isto era contrário às diretrizes do PSB. Não entendemos porque ele está insistindo em desacatar as regras.”

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Negociação
Na negociação entre partidos, uma vez que Lacerda retirasse sua pré-candidatura em prol de Pimentel, a vereadora Marília Arraes (PT) faria o mesmo pelo atual governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), candidato à reeleição. Em troca, o PSB se manteria neutro na disputa presidencial, sem manifestar apoio a Ciro. Na conversa com a Tribuna, Renê disse que a articulação política não foi o motivo para a decisão de inviabilizar Lacerda. “Isto veio a calhar. Na verdade, a decisão do partido se refere ao desacato do Marcio com as regras que foram deliberadas e votadas por todos.”

Lacerda confirma participação em debate

Procurada pela Tribuna, a assessoria de Marcio Lacerda não se manifestou. Nas redes sociais, o candidato confirmou que irá participar do primeiro debate televisivo para candidatos aos Governo de Minas nas eleições 2018. O programa será exibido nesta quinta (16), às 22h, na TV Bandeirantes. Também estarão no encontro Antonio Anastasia (PSDB), Claudiney Dulim (Avante), Dirlene Marques (PSOL), Fernando Pimentel (PT) e João Batista dos Mares Guia (Rede).

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No dia 2 de agosto, Lacerda concedeu entrevista coletiva à imprensa de Belo Horizonte em que afirmou que levaria sua empreitada eleitoral adiante. “Esta tentativa de intervenção do PSB mostra que a velha política continua prosperando. Este acordo (entre PT e PSB) veio para fortalecer tradicionais forças políticas que colocaram o Brasil na mais grave crise”, afirmou aos jornalistas.

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