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João do Joaninho presta depoimento à Polícia Civil

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Cinco dias após ter sido flagrado em uma lancha com três capivaras e um jacu abatidos, além de uma espingarda e munições, na Represa de Chapéu D’uvas, o vereador João do Joaninho (DEM) negou hoje para a imprensa seu envolvimento no crime ambiental registrado pela Polícia Militar, na tarde da última quinta-feira. O parlamentar foi até a Delegacia da Polícia Civil, em Santa Terezinha, onde prestou depoimento no caso, que está sendo investigado pelo Núcleo de Atendimento às Ocorrências de Maus-Tratos a Animais. A titular do núcleo, delegada Dolores Tambasco, disse que o parlamentar era quem realmente dirigia a lancha no momento da abordagem dos policiais militares e que dele deverá ser indiciado.

No entanto, na coletiva à imprensa, realizada horas depois na Câmara, João do Joaninho afirmou que não estava pilotando o barco, que apenas pegava uma carona na lancha, que é de uso comum do condomínio às margens da represa, reforçando que é apenas testemunha do ocorrido. O parlamentar ainda reiterou que no dia do fato buscou atendimento no Hospital Monte Sinai, mas que, devido à demora no atendimento, deixou o local. O vereador alegou ainda que, por orientação do seu advogado, não se apresentou à delegacia antes.

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“Eu não fui preso, ninguém me deu voz de prisão, não fui co-autor. No meu entender, nem sei bem o que é co-autor. Fui pego de surpresa num momento em que fiquei estarrecido, os próprios policiais ficaram estarrecidos. O autor, que é um vizinho meu, estava do meu lado, assumiu o que ele fez. Estava tudo tampado, o barco tinha lona e capota tampando, já era de noite. Quando ele me pegou na casa do meu amigo, que eu entrei no barco, acelerou. Foi uma questão de dez minutos até onde aconteceu o evento. Eu não tinha ligação com isso.”

Na entrevista aos jornalistas, João do Joaninho estava visivelmente nervoso e emocionado, chegando a citar seus filhos durante sua fala. Ele afirmou que, por orientação da Polícia Civil, por enquanto não irá mais falar com a imprensa sobre o caso, a fim de não atrapalhar as investigações.

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O vereador afirmou que renunciou à presidência da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, após questionamentos do presidente da Casa, Rodrigo Mattos (PMDB), mas que pretende voltar a ocupar o cargo na comissão tão logo as investigações sejam concluídas.

Depoimento à Polícia Civil

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A oitiva à Polícia Civil durou cerca de três horas. A titular do núcleo, delegada Dolores Tambasco, limitou-se a dizer que o parlamentar era quem realmente dirigia a lancha no momento da abordagem dos policiais militares na Represa de Chapéu D’Uvas. As outras informações prestadas por João do Joaninho não foram repassadas pela autoridade policial, sob alegação de que poderiam atrapalhar as investigações.

Conforme a delegada, o homem de 51 anos que estava na lancha com o vereador e assumiu o crime ambiental e a posse da arma já foi indiciado por crimes contra a fauna, descritos no artigo 29 da Lei 9.605/1998, e de porte de arma de fogo, conforme a Lei 10.826/2003. “Naturalmente, pelo que estamos vendo nas investigações, o vereador também será indiciado nas mesmas penas e mesmas sanções, isso se não aparecerem crimes mais graves”, afirmou Dolores.

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Nesta quarta-feira, a delegada pretende ouvir três policiais militares que participaram da operação na qual a lancha foi interceptada. A abordagem em Chapéu D’Uvas foi feita por cinco militares, em duas viaturas, que estavam acompanhados de dois fiscais da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semad). Eles participavam da operação em comemoração pelos 240 anos da Polícia Militar, realizada em todo o estado.

 

O caso

[Relaciondas_post] O vereador João do Joaninho, de 50 anos, foi flagrado pela 4ª Companhia Independente de Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário da PM dentro de uma lancha, no final da tarde da última quinta-feira (11), junto com um homem de 51 anos. Na embarcação estavam três capivaras e um jacu abatidos, além de uma espingarda calibre 22 e 48 munições, sendo duas já deflagradas. O homem de 51 anos assumiu o crime ambiental e a posse da arma. Ele foi levado à delegacia e foi liberado após pagar fiança de R$ 4 mil. Já o vereador, no momento da abordagem, disse que estava sem os documentos e pediu aos policiais para ir até a sua propriedade, que fica às margens da represa de Chapéu D’Uvas. No entanto, o parlamentar não retornou. O advogado dele chegou a alegar que João do Joaninho passou mal e que teria procurado atendimento médico no Hospital Monte Sinai, mas o vereador não deu entrada em qualquer hospital. 

Desde o dia do crime, João do Joaninho não apareceu para trabalhar na Câmara Municipal, comparecendo apenas nesta terça-feira. Ele só havia se manifestado até então por meio de duas mensagens postadas em sua página pessoal no Facebook. Em um dos comunicados ele chegou a dizer que era apenas testemunha do caso. Porém, no mesmo dia, a PM desmentiu o vereador e confirmou que ele foi considerado coautor do crime, conforme consta no boletim de ocorrência.

 

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