As eleições podem deflagrar uma dança das cadeiras na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a partir do período legislativo de 2021 diante da candidatura de deputados estaduais às prefeituras. A depender do resultado do pleito, Isauro Calais (MDB) e Lêda Santiago (PL), candidatos com domicílio eleitoral em Juiz de Fora, têm chances razoáveis de assumir um assento no parlamento estadual. Isauro e Lêda são, respectivamente, primeiro e segundo suplentes nas coligações pelas quais disputaram as eleições de 2018. Contudo, se levadas em consideração as sondagens eleitorais até agora divulgadas, o ex-deputado estadual e ex-vereador de Juiz de Fora está mais próximo de tomar uma cadeira na ALMG.
Nas eleições de dois anos atrás, Isauro integrou a coligação mais votada à época, “Juntos por Minas”, constituída por PDT, Republicanos, PV e Podemos, além do próprio MDB. A composição recebeu 23,16% dos votos do eleitorado mineiro. O emedebista buscava a reeleição, mas encerrou o pleito com 41.766 votos (0,41%), o que lhe garantiu ao menos a primeira suplência da coligação. O retorno de Isauro à ALMG depende de eventual eleição do deputado Douglas Melo (MDB), candidato à Prefeitura de Sete Lagoas.
Em pesquisa da F5 Atualiza Dados – MG 04131/2020 -, divulgada na última quinta, Douglas aparece à frente na corrida pelo Executivo, com 30,69% das intenções de voto. O atual prefeito de Sete Lagoas, Duílio de Castro (Patriota), figura na segunda colocação, com 25,06%. A situação de Isauro Calais será definida já neste domingo, uma vez que, conforme o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MG) de Minas Gerais, não há a possibilidade de segundo turno na cidade da Região Metropolitana – Sete Lagoas não atende ao critério de ter, no mínimo, 200 mil eleitores. Caso o deputado Douglas Melo saia vitorioso do pleito, Isauro retornará à Assembleia, onde cumpriu mandato entre 2015 e 2018.
Entretanto, os cenários para eventual posse de Lêda Santiago na ALMG são mais complexos. Em 2018, Lêda concorreu à ALMG pela coligação “Unidos pelo povo”, formada, ainda, além do PL (naquela altura, ainda PR), por PT e PSB. A candidatura foi a primeira de Lêda, impulsionada pelo capital político do próprio esposo, ex-deputado estadual Marcio Santiago (PL), que teve uma cadeira na Assembleia entre 2015 e 2018. À época, Marcio teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob a alegação de abuso de poder econômico, tornando-se inelegível por oito anos. Com 33.518 votos (0,33%) conquistados, Lêda ocupa a segunda suplência da coligação, atrás de Bernardo Mucida (PSB), ou seja, em caso de qualquer vacância, a prioridade é do candidato do PSB.
Dos deputados eleitos pela coligação “Unidos pelo povo”, dois concorrem nas eleições municipais: Marília Campos (PT), em Contagem, e Leninha (PT), em Montes Claros. As perspectivas eleitorais para ambas são bem distintas, aliás. Marília lidera a corrida no município da Região Metropolitana, com 42% da intenção de votos, conforme pesquisa DataTempo/Quaest – MG-05972/2020 – divulgada no último domingo (8). Conforme os dados da sondagem, o segundo mais bem colocado é Wellington Lamy (Republicanos), com 7% das intenções de voto. Contagem atende aos critérios para eventual segundo turno, mas é provável que Marília seja eleita já neste domingo. Já em Montes Claros, embora Leninha esteja no páreo, a tendência, de acordo com informações de bastidores, é que o atual prefeito, Humberto Souto (Cidadania), seja reeleito, inclusive em primeiro turno.
Logo, caso apenas Marília Campos seja eleita, Lêda Santiago dependeria de uma negativa do primeiro suplente, Bernardo Mucida, para decidir se ocupa ou não a vacância na ALMG. Agora, em um cenário improvável, no qual tanto Marília quanto Leninha sejam eleitas, Lêda não dependeria de outro candidato mais bem colocado na coligação para que ocupe uma cadeira no parlamento mineiro.