Assim como já havia feito na última sexta-feira, quando comunicou a intenção de renunciar à Prefeitura à imprensa, Bruno deu tom de campanha à entrevista e direcionou críticas à ex-presidente Dilma, possível adversária na corrida pelo cenário. Além de condenar a gestão da economia nacional durante os pouco mais de cinco anos em que a petista ocupou a Presidência, o ex-prefeito questionou a real intenção da recente transferência do título de eleitor de Dilma para Belo Horizonte, de forma a viabilizar uma candidatura ao Senado. “Apesar de ter nascido em Minas, ela nunca fez política em Minas Gerais e transferiu de forma, talvez, oportunista”, avaliou o emedebista. A petista alegou que a mudança do domicílio eleitoral, às vésperas do fim do prazo para concorrer às eleições, justifica-se pela necessidade pessoal de acompanhar a mãe, Dilma Jane Rousseff, que está com 94 anos e necessita de cuidados especiais.
Bruno admitiu ainda que a entrada de Dilma no tabuleiro eleitoral deve forçar a mudanças de peças. Assim, aposta que o novo cenário irá reforçar o discurso daqueles que, como ele mesmo, apóiam a tese que o MDB tenha candidatura própria ao Governo do estado e descarte a possibilidade de reeditar a dobradinha com o PT e apoiar o projeto de reeleição do governador Fernando Pimentel (PT).
“O MDB já teve uma resolução pela candidatura própria. Evidentemente, até a convenção (marcada para maio) este cenário pode modificar. Porém, a possível candidatura de Dilma pode acabar fortalecendo a questão da candidatura própria dentro do MDB. É uma tese defendida pela grande maioria dos prefeitos e dos convencionais do MDB e pelo presidente estadual do partido (o vice-governador Antônio Andrade, MDB).”
O ex-prefeito, no entanto, não apontou um nome específico para disputar o Governo pelo MDB, citando apenas o nome de Antônio Andrade como uma possibilidade. Recentemente, a legenda também cogitou o nome do presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Adalclever Lopes (MDB) como um possível postulante ao Poder Executivo estadual.
Conselheiro
Bruno se coloca como um parceiro e uma espécie de conselheiro de Antônio Almas (PSDB), que foi empossado na chefia do Poder Executivo juiz-forano no final da semana passada. Assim como Almas, o ex-prefeito também ressaltou a tendência de que o tucano vai dar sequência ao projeto de governo apresentado à sociedade nas eleições municipais de 2016. “Apesar de não estar à frente da Prefeitura, vou continuar ajudando o prefeito Antônio Almas, para que ele possa fazer um grande trabalho. Ele já mostrou a intenção de continuidade para a cidade com a manutenção de grande parte da equipe que construímos em conjunto.”