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Defesa entra com pedido de insanidade mental de agressor de Bolsonaro

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Zanone apresentou requerimento na Justiça Federal e afirmou que Adelio Bispo oscila momentos de sanidade e insanidade (Foto: Felipe Couri)

A defesa de Adelio Bispo de Oliveira, 40 anos, apresentou, nesta segunda-feira (10), um requerimento com pedido para a realização de exame de insanidade mental do agressor do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL). A entrega da petição foi feita pelo advogado Zanone Manoel de Oliveira Junior na sede da Justiça Federal, em Juiz de Fora.

Segundo Zanone, seu cliente apresenta histórico psiquiátrico e sofre de insanidade mental. Adelio Bispo já teria utilizado medicação controlada e passado por consultas psiquiátricas e com psicólogos. “Ele disse na audiência que fez tudo isso a mando de Deus. Tudo isso somado à vida nômade, virada, à monstruosidade, à brutalidade do ato do meu cliente. (É por isso) que nós estamos aqui hoje para requerer o exame (de insanidade mental).”

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O pedido não apresenta laudos médicos do passado do agressor nem elementos comprobatórios do uso de medicação controlada. O objetivo da defesa é mostrar os problemas mentais de Adelio Bispo. “O que nós queremos saber é a situação mental do nosso cliente no momento (da ação). Até porque a situação é tranquila, ele não nega a autoria, ele foi numa missão camicaze. Ele mesmo nos relatou: ‘pensei que não voltaria, eu fui achando que iria morrer’, afirma.

Adelio Bispo atacou Jair Bolsonaro com uma faca na tarde de quinta-feira (6), quando o candidato fazia ato público de campanha no Calçadão da Rua Halfeld, quase esquina com a Rua Batista de Oliveira. Socorrido às pressas, ele foi atendido no Hospital Santa Casa de Misericórdia, onde passou por cirurgia para conter forte hemorragia devido a uma lesão na artéria mesentérica superior. O deputado sofreu ainda um corte transfixante do cólon transverso (intestino grosso) e três lesões no intestino delgado.

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O pedido da defesa contrasta com a declaração da procuradora da República, Zani Cajueiro, em entrevista ao jornal “Estado de S. Paulo”. Para a responsável pela audiência de custódia, Adélio mostrou “lucidez e coesão” em seu raciocínio na audiência, um dia após sua prisão. Zani Cajueiro frisou que o investigado tem segundo grau completo e se mostrou bem articulado ao depor sobre o crime que confessou. Segundo ela, Adelio Bispo disse que não gostaria que Bolsonaro fosse presidente da República porque acha que ocorreria algum tipo de perseguição a certos grupos.

Questionado sobre o posicionamento da procuradora, Zanone afirmou que Adelio Bispo oscila momentos de sanidade e insanidade. “Quando ele conversa, ele consegue juntar ideias. Meu cliente é politizado, um homem que sabe se comunicar. A própria procuradora e magistrada percebeu isso. A defesa espera que o despacho seja dado pelo juiz titular Bruno Souza Savino, da 3ª Vara da Justiça Federal, nas próximas 48 horas. Se deferido, o exame deverá ser feito em até 45 dias. Sobre os próximos passos, a defesa aguarda o oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público Federal (MPF). O caso está a cargo do procurador Federal Marcelo Borges Mattos Medina.

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Além da instauração do incidente de insanidade mental, a defesa requer a admissão do perito Hewdy Lobo Ribeiro, de São Paulo, para atuar como assistente técnico da causa e a escolha de Zanone Manuel de Oliveira como curador no exame de insanidade mental. Os advogados pedem também que somente a defesa constituída tenha acesso a Adelio Bispo na unidade prisional. Ele confessou o crime e está preso no presídio federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, e está isolado dos demais acautelados.

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