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Em Minas, Novo e PSDB ainda definem alianças

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As direções dos partidos Novo e da Social Democracia Brasileira (PSDB) reúnem-se, desde segunda-feira (8), para deliberar a composição de apoios em vista do início da campanha para o segundo turno em Minas Gerais. Em consonância com os posicionamentos das respectivas Executivas nacionais, as legendas, sobretudo Novo e PSDB, articulam-se internamente. A cúpula do Novo, ainda surpresa com o capital político da candidatura de Romeu Zema, se reorganiza, inclusive, para retornar às ruas, já que a estrutura de campanha da legenda estava programada para durar até domingo (7). O núcleo do PSDB estuda os movimentos políticos necessários para levar, em cenário desfavorável, o senador Antonio Anastasia novamente ao Palácio da Liberdade.

Uma oposição, entretanto, já está definida: os tucanos não querem o PT no Governo. Na noite de terça-feira (9), Anastasia divulgou um vídeo nas redes sociais manifestando seu posicionamento. “A forma de governar de Pimentel é completamente diferente daquela que eu gostaria de ver em Minas, aliás, sempre disse que o governador Pimentel e sua equipe levaram Minas a esse buraco, e os mineiros responderam como um sonoro não à proposta de continuidade do PT e de Pimentel. (…) Eu não vou governar com o PT. Eu vou governar com técnicos preparados e experimentados.”

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À margem da disputa, o PT, após a rejeição das urnas a Pimentel, tem, como capital político, pouco mais de 2,2 milhões de votos a serem disputados no segundo turno em troca de possível palanque em Minas Gerais para o presidenciável Fernando Haddad, estado no qual o candidato foi superado pelo adversário Jair Bolsonaro (PSL) por cerca de 2,3 milhões de eleitores. Entretanto, as siglas têm resistência ao petista. Em debate na última semana, Zema apoiou não somente João Amoêdo na corrida presidencial, como também Bolsonaro. Já o ex-governador Anastasia, junto a Pimentel, polarizou o cenário eleitoral no estado em meio a acusações de irresponsabilidades fiscais entre ambos.

A Frente Minas Socialista, composta pelo PSOL e pelo PCB — cuja candidata, Dirlene Marques (PSOL), recebeu cerca de 134 mil votos —, oficializaria a posição em plenária na noite desta terça-feira (9). A Rede Sustentabilidade, cujo candidato João Batista Mares Guia angariou 57 mil votos, também definiria o apoio na noite desta terça. Até o fechamento desta edição, no entanto, nenhum dos dois partidos havia estabelecido um posicionamento. Já no MDB, apesar de não indicar a data de encontro da Executiva estadual para posicionamento, o assessor do deputado estadual Adalclever Lopes — quarto colocado no primeiro turno com a preferência de 268 mil eleitores — apontou que “a tendência do MDB é não formalizar um posicionamento na disputa”, o que levaria os correligionários a decisões individuais.

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‘Nenhum acordo por cabide de empregos e conchavos’

O candidato Romeu Zema (Novo) cumpre agendas internas desde a segunda-feira (8), embora tenha atendido veículos de imprensa nesta terça (9) por telefone. O encontro com lideranças da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte, foi o único do dia. Em depoimento, divulgado pela sua assessoria, Zema afirmou que não escolhe voto, apenas recebe. “O mineiro agora tem uma opção que tem tolerância zero com a corrupção, as mordomias e os privilégios. E quem declara apoio a essa opção, a única via de algo novo, será muito bem-vindo.”

Entretanto, o candidato, a respeito de seu posicionamento na corrida presidencial e, também, de apoios estaduais, destacou que alianças político-partidárias serão definidas pelo diretório. “O apoio partidário institucional será tratado dentro do nosso partido. E o diretório já definiu que não vamos apoiar partido de esquerda e, também, não será feito nenhum acordo que venha a criar cabide de empregos, conchavos, interesses escusos.” Nesta quarta (10), o político encontra o comando da Polícia Militar e, também, com os representantes dos praças da corporação em novo compromisso na capital.

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“O diretório já definiu que não vamos apoiar partido de esquerda e, também, não será feito nenhum acordo que venha a criar cabide de empregos, conchavos, interesses escusos”, diz Zema (Foto: Felipe Couri)

Diretório estadual do PSDB ainda discute

A exemplo do Novo, o PSDB ainda não oficializou apoio na disputa pelo segundo turno. Líder em todas as pesquisas de intenções de voto durante a campanha com vantagem significativa para o governador Fernando Pimentel (PT), o senador Antonio Anastasia ficou em segundo lugar, com diferença de apenas 600 mil votos para Pimentel e cerca de 1,3 milhão de votos para Zema (Novo). Após a decisão da Executiva nacional do PSDB de manter neutralidade na disputa nacional, o diretório estadual da legenda ainda discute as diretrizes a serem tomadas em Minas.

“Eu não vou governar com o PT. Eu vou governar com técnicos preparados e experimentados”, afirmou Anastasia em suas redes sociais (Foto: Divulgação/Facebook)

Posicionamento do PT passa pela Executiva nacional

A aliança com o PT em Minas Gerais — e, inclusive, nos demais estados nos quais não disputa o segundo turno — passará, necessariamente, pelo apoio ao presidenciável Fernando Haddad. “Ficaria difícil um apoio do governador Fernando Pimentel em Minas a alguém que fosse adversário de Haddad. Não faria sentido nem para o povo, nem para as lideranças. Se nós definirmos algum apoio, será levando em conta que nós estamos no segundo turno e também precisaremos de apoio”, explica Martvs das Chagas, membro da Executiva nacional do partido. A Executiva da legenda, junto aos parlamentares e governadores eleitos, reuniu-se, nesta terça-feira (9), com Haddad em São Paulo.

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Conforme Martvs, ainda não há nenhuma definição do PT, mas “a prioridade é o segundo turno com o Fernando Haddad”. Questionado se há cenários descartados em Minas, ele respondeu que “não descartamos, mas também não indicamos; é como se fosse um limbo, ainda estamos aguardando definições.” A partir das orientações determinadas nacionalmente, a Executiva do diretório mineiro da legenda definirá, nesta quarta-feira (10), em encontro às 16h, o seu posicionamento no segundo turno das eleições governamentais.

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