“O idoso e a cidade” foi o tema da roda de conversa no Legislativo Municipal, na tarde de quarta-feira (9), em comemoração ao Dia Municipal do Idoso. Dezenove idosos, representantes das áreas da segurança pública, comunicação, transporte, educação, cultura, entre outras, discutiram a interação do município com a população da terceira idade na cidade.
Logo na abertura, a vereadora Ana Rossingnoli (MDB) lembrou a necessidade de conscientização sobre os cuidados e os direitos desta parcela da população, e o envolvimento das demais pessoas na causa. O evento também discutiu propostas direcionadas aos idosos, mobilidade e políticas públicas, como na área na saúde. Nesta esfera, a dificuldade na marcação de consultas e realização de exames, além da demora do atendimento, foram apontadas como principais barreiras, uma vez que os idosos precisam de cuidados especiais para manutenção da saúde durante o envelhecimento.
O secretário de Segurança Urbana e Cidadania, José Armando Pinheiro da Silveira, enfatizou a educação como o grande pilar para o desenvolvimento da sociedade que respeita a população mais velha. “A violência está misturada com a falta de educação. É preciso respeito e cuidado com aqueles que já viveram muito e representam nossa história.”A opinião foi compartilhada pela aposentada Maria de Fátima, 63. Segundo ela, o momento do andar de ônibus é claro o desrespeito com os idosos. “Muitos jovens sentam na frente, não dão lugar para os mais velhos. Outros fingem estar dormindo ou ficam no celular enquanto a gente é obrigado a ficar de pé.”
A segurança da pessoa idosa, em especial no trânsito, também foi debatida. O engenheiro José Luiz Brito Bastos lembrou que, somente no mês de março, dois idosos morreram e outros dois ficaram gravemente feridos no trânsito da cidade. Na semana passada, a Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) iniciou o diagnóstico técnico dos semáforos da Avenida Rio Branco e a avaliação de adequação dos percursos de travessia e dos tempos de sinal verde para passagem do pedestre e dos veículos. Especialista em trânsito, José Luiz elogiou a iniciativa e reforçou a necessidade de maior tempo de travessia, especialmente para os idosos, que têm mais dificuldade para atravessar uma rua. Ele reiterou a necessidade de se ampliar o serviço para toda a cidade.
“Juiz de Fora é uma boa cidade para se morar, mas percebo que ainda faltam mais atividades voltadas para quem está envelhecendo”, avaliou o pintor Dick Farney, 63, que participou pela primeira vez de uma atividade do gênero.
Segundo Ana Rossingnoli, está previsto ainda para este ano a realização do Fórum da Pessoa Idosa, ainda sem data definida. Conforme o IBGE, Juiz de Fora ocupa a terceira posição entre os municípios brasileiros com maior população idosa, entre as cidades com mais de 500 mil habitantes.