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Solução para enchentes em Santa Luzia custará mais de R$ 200 milhões

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A Câmara Municipal volta a se debruçar, nesta quinta-feira (9), sobre o pedido feito pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) para que os vereadores autorizem o Município a contratar um empréstimo de R$ 420 milhões junto ao Banco Latino-Americano de Desenvolvimento (CAF). A Casa realiza uma audiência pública a partir das 15h para debater o financiamento para o custeio de grandes obras de infraestrutura. Na última terça, porém, uma reunião técnica realizada pelo Poder Legislativo tornou públicos os primeiros detalhes dos principais projetos que a Prefeitura pretende executar com os recursos.

As intervenções previstas para o Bairro Santa Luzia são as que demandam os maiores recursos financeiros. “É a nossa principal preocupação e é o lugar onde a gente precisa fazer mais investimentos. Dos R$ 336 milhões que serão tomados, mais os R$ 84 milhões de contrapartida do Município, R$ 203 milhões irão para o Santa Luzia”, detalhou a secretária municipal da Fazenda, Fernanda Finotti.

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Segunda secretária, o segundo maior investimento vai para o Bairro Industrial. “R$ 93 milhões vão para o bairro e para suas bacias e seu entorno. Depois, nós temos o Mariano Procópio. É uma bacia que começa lá no São Pedro e que chega até aquela baixada. São mais R$ 76 milhões.”

Por fim, Fernanda disse ainda que há previsão de investimentos em um conjunto de projetos espalhados por toda a cidade, como nas ruas Cesário Alvim, Padre Café, Luiz Fávero e no Bairro Granbery, e para a confecção do Plano Municipal de Riscos e outras ações congêneres. “São mais R$ 46 milhões para essas áreas espalhadas pela cidade e para os projetos obrigatórios.”

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Córrego Santa Luzia

Projeto para o Santa Luzia contempla duplicação da capacidade de vazão do Córrego Santa Luzia e revitalização urbanística da região (Foto: Felipe Couri)

Sobre os detalhes das obras a serem realizadas no Bairro Santa Luzia, o secretário municipal de Obras, Lincoln Santos, pontuou que, atualmente, o córrego apresenta sessões diferentes e “tem uma determinada profundidade que comporta uma vazão de 50 metros cúbicos”. “Qualquer coisa acima disso extravasa o córrego e ele sai da calha. A gente pretende alargar a sessão deste córrego e sua profundidade. Com isso nós vamos interferir na sua declividade, aumentar a velocidade e aumentar vazão”, explicou o secretário.

Com tais intervenções, a Prefeitura afirma que a vazão do Córrego Santa Luzia será duplicada, passando dos 50 metros cúbicos por segundo para 100 metros cúbicos por segundo. “Além de trabalhar na calha do córrego, nós também vamos revitalizar o bairro. Vamos trabalhar na acessibilidade de pedestres, e as cinco pontes e três passarelas serão refeitas. Vamos fazer pontes em arco, com vigas invertidas, evitando a retenção das águas”, disse Lincoln.

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De acordo com um cronograma de custos apresentado pela secretária da Fazenda, a ampliação da calha do Córrego Santa Luzia está estimada em R$ 197,5 milhões, sendo R$ 156 milhões financiados a partir do empréstimo pleiteado junto ao Banco Latino-Americano de Desenvolvimento e R$ 39,5 milhões com recursos próprios do Município. Outros R$ 5,7 milhões serão investidos na execução de travessias.

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(Foto: Divulgação/PJF)

Projeto prevê construção de um dique no Bairro Industrial

Para o Bairro Industrial, projeto prevê construção de um dique às margens do Rio Paraibuna e de um muro no canal do Córrego Humaitá (Foto: Pedro Moysés)

O secretário municipal de Obras ainda detalhou qual solução a Prefeitura pretende dar para solucionar os problemas de alagamentos e enchentes no Bairro Industrial. Lincoln lembrou que o nível do bairro está cerca de 75 centímetros abaixo da calha do Rio Paraibuna. “Nós vamos fazer um dique de um metro, colocar uma cerca de um quilômetro no Rio Paraibuna e um dique de 1,75m nas margens do Córrego do Humaitá. Com isso, nós vamos direcionar toda a água da bacia do Humaitá para o Paraibuna. Se o Paraibuna subir, o Humaitá sobe junto e vai manter o mesmo nível do rio, sem chance de transbordamento”, avaliou o secretário.

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Ao todo, a execução das intervenções previstas para ser realizadas no Bairro Industrial estão estimadas em R$ 94 milhões, sendo R$ 75,2 milhões obtidos a partir de financiamento e R$ 18,8 milhões investidos pelo Município. No caso, a construção dos diques teria um custo menor. A execução do Dique Humaitá está estimada em R$ 1,4 milhão; uma obra de contenção para o mesmo, em R$ 6,7 milhões; e a execução do Dique Paraibuna e Travessia da Avenida Brasil, em R$ 6,2 milhões.

As obras que demandarão os maiores montantes serão intervenções de microdrenagem e requalificação urbana, estimadas em R$ 40,7 milhões, e de execução de um reservatório, de uma estação elevatória e de um parque, orçada em R$ 36 milhões. “Tudo que chover no Bairro Industrial vai ser direcionado para um grande reservatório com volume de 3,2 mil metros cúbicos. A partir do momento que ele começar a encher, nós vamos ter uma elevatória que vai bombear toda essa água para o Paraibuna”, explicou Lincoln.

Urbanização e melhorias

O secretário de Obras ainda pontuou que “toda a rede de esgoto do Bairro Industrial será redimensionada e requalificada”. “Com isso, a gente vai garantir que nada vai retornar também pelas redes de esgoto. Isso tudo está contemplado nesse projeto. Além de toda essa requalificação das redes de drenagem e das redes de esgotamento sanitário, nós vamos requalificar todas as ruas do Bairro Industrial.”

Assim, o projeto ainda prevê a pavimentação de todo o bairro. “Além disso, nós vamos trabalhar com a urbanização, a construção de jardins de chuva, a arborização… para trazer melhorias para a população do local. Acima desse grande reservatório, nós vamos construir um parque linear com pista de caminhada, com áreas de lazer”, detalha o secretário. Além das intervenções já citadas. O projeto ainda prevê a descontaminação da área do Parque do Bairro Industrial, com custo estimado em R$ 3,2 milhões.

Córrego São Pedro terá limitador de vazão para evitar alagamento no Mariano e Democrata

Para a região do Mariano Procópio e Democrata, projeto é de expansão da capacidade de vazão do Córrego São Pedro em até três vezes (Foto: Fernando Priamo/Arquivo TM)

De acordo com os novos detalhes apresentados pela Prefeitura, para o enfrentamento aos problemas trazidos pelas chuvas nos bairros Democrata e Mariano Procópio estão intervenções orçadas em R$ 76,2 milhões. De acordo com o planejamento da PJF, as obras serão custeadas por R$ 60,8 milhões obtidos por meio de empréstimo junto ao Banco Latino-Americano de Desenvolvimento e outros R$ 15,4 milhões em contrapartida do Município.

A maior parte dos valores seria utilizada para a implantação de um reservatório orçado em R$ 57,5 milhões. “Quando chove muito em São Pedro, essa água desce com uma velocidade muito grande, pois o desnível da Cidade Alta para o Bairro Democrata é muito grande”, explicou o secretário municipal de Obras, para complementar: “pretendemos fazer um grande reservatório enterrado para fazer a detenção dessa água antes que ela chegue ao Democrata e ao Mariano Procópio”.

Ainda de acordo com Lincoln, atualmente, um bueiro existente abaixo da linha férrea que corta o Democrata e o Mariano Procópio atua como um limitador de vazão no Córrego São Pedro. “Ele limita a vazão do córrego São Pedro a, aproximadamente, 48 ou 50 metros cúbicos por segundo. Com o projeto, estamos falando aí em vazões que podem chegar a mais de 150 metros cúbicos por segundo”, detalhou.

O projeto da Prefeitura para as intervenções nos dois bairros ainda prevê a implementação de um parque linear, orçado em R$ 6,2 milhões; a ampliação do lançamento no Rio Paraibuna, orçado em R$ 6,5 milhões; e a execução de duas travessias estimada em cerca de R$ 6 milhões.

(Foto: Divulgação/Prefeitura PJF)
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