O vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant (PSDB), esteve em Juiz de Fora nesta quarta-feira (9) e cumpriu extensa agenda na cidade. Entre os compromissos, Brant participou da troca de comando na 4ª Região de Polícia Militar e de encontros com a prefeita Margarida Salomão (PT) e outras lideranças políticas e empresariais da região. As conversas foram marcadas pela defesa de projetos para a retomada do desenvolvimento econômico da cidade e da Zona da Mata. Em aceno mais objetivo, o vice-governador sinalizou que o Governo pode lançar, ainda em março, o edital para a contratação de uma empresa que ficará responsável pela retomada das obras do Hospital Regional, que vem sendo construído no Bairro São Dimas, na Zona Norte de Juiz de Fora.
“A ideia é escutar e dialogar. O Governo tem algumas ações já definidas. Por exemplo, a questão do Hospital Regional já está praticamente resolvida, e o edital deve ser lançado agora em março”, disse Paulo Brant à imprensa local, pouco antes de participar de um evento organizado pela Câmara Municipal de Juiz de Fora, que reuniu prefeitos, vereadores, empresários e outras lideranças regionais na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) Regional Zona da Mata, no Bairro Industrial.
A retomada das obras do Hospital Regional de Juiz de Fora é um pleito antigo da cidade e de toda a Zona da Mata. “Isso não está diretamente ligado ao setor empresarial, mas influencia, pois tem a ver com a própria sociedade”, resumiu Brant. O vice-governador disse ainda que as obras devem ser iniciadas até o fim deste ano. “Como os recursos já estão disponíveis, a gente pode dizer que há uma garantia básica absoluta de que a obra vai andar”, afirmou.
A sinalização feita pelo vice-governador reacende as expectativas da população local sobre a conclusão do aparelho público de saúde, que vem sendo erguido desde 2010. Em setembro do ano passado, também em visita a Juiz de Fora, o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, já havia confirmado que as obras seriam retomadas. Na ocasião, no entanto, a projeção colocada para o reinício dos trabalhos foi o segundo semestre de 2022.
Na ocasião, Baccheretti disse esperar a retomada das obras no mês de julho. O secretário disse ainda que, para dar prosseguimento às obras, era necessário finalizar o processo licitatório, além de aguardar a aprovação pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e da Câmara Municipal para a dação do terreno do hospital ao Estado. Em julho de 2021, durante visita do governador Romeu Zema a Juiz de Fora, a Tribuna noticiou que o reinício das obras seria feito com recursos oriundos do acordo firmado entre a mineradora Vale e o Governo de Minas, como forma de compensação pelos danos causados na tragédia de Brumadinho, em janeiro de 2019. Desde então, ficou condicionado que o Município teria que transferir para o Estado a posse do terreno onde a unidade de saúde é construída.
Acordo firmado
A dação do terreno e estrutura física já construída já foi acordada entre o Município e o Estado. O entendimento se deu após o Governo de Minas oficiar a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) acerca de dívidas referente a repasses estaduais relacionados a três convênios, assinados entre 2009 e 2012, para investimentos na obra do aparelho de saúde. Os débitos em questão somam, aproximadamente, R$ 114 milhões, e seriam pacificados a partir da cessão do imóvel.
Em julho do ano passado, o secretário de Estado de Saúde sinalizou que, uma vez concluída a estrutura física, a intenção do Governo de Minas é repassar a gestão do aparelho de saúde para o terceiro setor. “Já com a nossa experiência em Governador Valadares, podemos dizer que o modelo de gestão será filantrópico, podendo utilizar entre 60% e 100% de sua capacidade para o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, pontuou. Ainda segundo o secretário, quanto maior o número de leitos públicos oferecidos pela gestora, maior será o investimento do Estado para equipar o aparelho de saúde. “É um modelo de incentivo do Estado e de gestão com a filantropia, que passará por um processo licitatório”, disse Baccheretti, na ocasião.
Lideranças locais pedem atenção especial para estradas da região
No início da tarde, o vice-governador Paulo Brant se reuniu com lideranças empresariais e políticas da região na sede da Fiemg Zona da Mata para debater caminhos para a retomada do desenvolvimento econômico da região. “É um evento importante para a gente conversar sobre o desenvolvimento de Juiz de Fora, de Minas Gerais, e ver em que o Governo do estado pode colaborar. No processo de desenvolvimento, obviamente, os protagonistas são os empresários locais e o Governo local. Mas o Governo do Estado pode e deve trabalhar em parceria no sentido de resolver os gargalos na área de infraestrutura e na área da saúde, para que Juiz de Fora possa retomar o caminho do desenvolvimento acelerado que já teve no passado”, afirmou.
Durante o evento, entre pleitos e elogios, o vice-governador escutou uma reivindicação mais recorrente: a de que o Estado olhe para a necessidade de incremento da infraestrutura local, em especial, para a melhoria das estradas que cortam a Zona da Mata. Para o vice-governador, a troca de ideias foi classificada como fundamental. “A política não se faz vazia. Tem que ser feita junto com a sociedade civil. Essa é a missão nobre da política, viabilizar os projetos que vão transformar a sociedade”, afirmou.
A agenda do vice-governador incluiu ainda um encontro com a prefeita Margarida Salomão (PT) na Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e almoço com empresários da cidade. “Tivemos uma reunião muito boa com a prefeita e conversamos, exatamente, sobre questões relacionadas ao desenvolvimento econômico. No que concerne à questão de investimentos, há uma sintonia absoluta entre a visão do Governo do Estado, que é um governo de uma ideologia diferente, que é um Governo do Partido Novo, com a visão da prefeita. A nossa visão quanto a esse aspecto é a mesma”, avaliou Brant.
Quanto ao encontro com empresários do município, o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Marcos Casarin, antecipou à Tribuna, antes da agenda, que a conversa abordaria aspectos gerais da economia juiz-forana. “Comércio e indústria estarão na pauta, porque não tem comércio sem indústria e não tem cidade se não tiver programação e planejamento (…). Acho que ele tem que ouvir todos os setores e, o que puder fazer, a cidade está precisando”, explicou Casarin. Além da CDL, o Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF) também participou do encontro.