A queda de braço entre docentes da rede municipal, em greve há 25 dias, e Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) teve mais um capítulo ontem à noite, quando representantes do Sindicato dos Professores (Sinpro) e do Executivo se reuniram para mais uma rodada de negociação. Após o encontro, o Executivo considera que houve avanços com relação à proposta anterior – negada pela categoria em assembleia -, que sinalizava com o reenquadramento de professores regentes A (PR-A) em regentes B (PR-B) a partir de 2016. Isto porque a PJF flexibilizou a proposição, e, agora, sugere que a readequação dos cerca de 50 profissionais aconteça de imediato, o que valeria para todos os servidores efetivos com licenciatura ou curso superior em qualquer área. Ainda de acordo com o Município, a recolocação significaria reajustes entre 36% e 47% para os atingidos pelos beneficiados pela medida.
A proposta apresentada pela Prefeitura ontem trouxe outros dois pontos. Um deles diz respeito à adoção de licença remunerada pelo período de dois anos – prorrogáveis por mais dois – para que os professores regentes A que não possuem curso superior possam buscar a formação nas áreas de pedagogia e normal superior. O terceiro item diz respeito à criação de uma nova carreira – com 40 horas semanais – e à realização de concurso público. A medida possibilitaria aos professores temporários, hoje na base da carreira, a possibilidade de ingressar no quadro efetivo do magistério municipal. “Nosso entendimento é de que essas propostas neutralizam quaisquer efeitos do artigo 9º (da Lei 13.012/2014), que fazem parte da pauta protocolada pelo sindicato”, afirmou a secretária de Administração e Recursos Humanos, Andréia Goreske.
Após o encontro, a direção do Sinpro afirmou que, antes de comentar a proposta, precisa levar a sinalização do Executivo para o comando de greve e debater a proposição com a categoria em assembleia agendada para hoje à tarde. Ontem, cerca de cem professores se reuniram em vigília na Praça Antônio Carlos, onde pretendiam acompanhar o desenrolar da reunião com a PJF, inicialmente agendada para a Secretaria de Educação. Os docentes demonstraram indignação com a transferência do local da mesa de negociação para a Escola de Governo, no Bairro Ladeira. “A Prefeitura já sabia que ia ocorrer essa vigília aqui e mudaram o local”, explicou um dos diretores do Sinpro, Luiz Antônio da Silva. Segundo o Município, a mudança ocorreu por questões pertinentes à agenda interna do Executivo.