O clima de final de campeonato tomou conta do Calçadão da Rua Halfeld na manhã deste sábado (6), véspera do primeiro turno das Eleições 2018. Como torcidas organizadas, cabos eleitorais e correligionários empunhavam bandeiras e gritavam slogans a favor de seus candidatos em meio ao vai e vem das pessoas que costumam circular no local aos sábados. Diferentes gerações expressavam com entusiasmo suas preferências e até bebês de colo exibiam adesivos partidários. E, também como ocorre nos times, as camisas uniformizadas são importantes. Eleitores faziam fila em uma banca improvisada com uma máquina de silk screen para ter estampada a frase de seu candidato à Presidência.
“Todo esse movimento, que já é uma tradição aqui no calçadão, representa a verdadeira festa democrática, porque mobiliza as pessoas para um bem maior, que é o Brasil”, avaliou o advogado Paulo Avezani, 50 anos. Mesmo distante do tumulto, ele fez questão de observar a euforia dos vários grupos partidários presentes no calçadão. Mas, questionado se essas manifestações o ajudaram a definir seu voto, o advogado foi categórico. “Pretendo votar em ninguém, porque não acredito em um salvador da pátria. O país é muito maior do que esses discursos de esquerda, direita ou centro”, resumiu.
Opinião compartilhada pela aposentada Elimélia Nascimento Santos, de 66 anos. “Não dá para acreditar nesses políticos. Não estou nem com vontade de votar”, lamentou, adiantando que só irá decidir se votará em algum candidato, no domingo, diante da urna. Suzanne Caroline, 22 anos, também não definiu seu voto. A jovem de Barbacena estava no calçadão para trabalhar em um evento promocional do Dia das Crianças. Vestida como um princesa da Disney, ela afirmou que ainda irá analisar as propostas dos candidatos antes de se decidir. E para quem duvide se há tempo, ela foi enfática. “Com a internet dá.”