O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e o Partido Social Liberal (PSL) devem fechar, na próxima terça-feira (8), a composição majoritária dos emedebistas em torno da chapa encabeçada pela deputada estadual Sheila Oliveira na corrida pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). Em convenção realizada neste sábado (5), o diretório municipal do MDB, sem candidatura própria, autorizou o apoio da legenda à Sheila. Entretanto, a composição da chapa de candidatos do MDB à Câmara Municipal ainda está em aberta, uma vez que o partido enfrenta dificuldades com os quadros disponíveis depois da debandada de nomes com maior capital político na última janela partidária.
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De acordo com o presidente do diretório municipal do MDB, Paulo Gutierrez, as conversas com o PSL estão adiantadas. “A Executiva local está agora autorizada a continuar a conversa com o PSL para apoiar a candidatura da delegada Sheila. Vamos dar continuidade às conversas e acertar os últimos detalhes nesta semana. Nas primeiras conversas, ficaram algumas coisas adiantadas, mas agora é hora de fechar o apoio. Na terça-feira, já teremos novidades.” O MDB será o sexto a partido a integrar a coligação majoritária encabeçada pela deputada Sheila Oliveira; já confirmaram o apoio o Solidariedade, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o Patriota e o Podemos.
Em 2016, o MDB reelegeu o prefeito Bruno Siqueira, que deixou o Executivo em 2018 para tentar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A sigla aguardava uma definição do prefeito Antônio Almas (PSDB) para apoiar eventual candidatura, já que o MDB continua com quadros ligados à administração direta e indireta da PJF mesmo após a saída de Bruno, como o secretário de Segurança Urbana e Cidadania, José Sóter Figueirôa. Diante da desistência de Almas, o MDB encontrou-se de mãos atadas. A candidatura do ex-juiz José Armando da Silveira fora ensaiada, mas, por fim, o partido ficará sem cabeça de chapa.
Dificuldades para consolidar chapa proporcional
O MDB também deve finalizar na próxima semana a chapa de vereadores que tentará recuperar as cadeiras perdidas pela siga na Câmara Municipal de Juiz de Fora. A sigla enfrenta dificuldades para encontrar quadros, principalmente mulheres, para compor a chapa. Questionado pela Tribuna se a composição seria cheia, ou seja, com os 29 nomes, Gutierrez disse que o MDB “tentaria se aproximar ao máximo da chapa completa”. O MDB iniciou a atual legislatura com a maior bancada do Legislativo, composta pelos vereadores Ana Rossignoli, Marlon Siqueira, Antonio Aguiar e Kennedy Ribeiro, mas todos deixaram a legenda na última janela partidária, para, respectivamente, Patriota, Progressistas, DEM e PV.
Gutierrez também atribui as dificuldades à impossibilidade de estabelecer coligações para a chapa de vereadores, como permitido até 2016. “As dificuldades são muito grandes, principalmente por conta das mulheres. A cada mulher que não lançamos, perdemos dois candidatos. Sempre houve dificuldades, mas, quando fazíamos coligação, era mais fácil. Perdemos mulheres que foram candidatas em outras eleições, o que deixou mais difícil o trabalho, além da vereadora Ana. É um momento difícil, mas vamos vencer as etapas.”
De acordo com o presidente do diretório municipal, a saída de muitos quadros do MDB às vésperas do fim da janela partidária impossibilitou ainda novas filiações. “Muitas saídas foram confirmadas no dia 30 de março, no fim do prazo. Muitos queriam vir, mas não vieram, porque ficaram preocupados se haveria vagas na chapa de vereadores. Alguns vereadores e suplentes, inclusive, saíram. Ficou mais complicado para as pessoas virem para o MDB.”