Depois da determinação da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba (PR), o Partido dos Trabalhadores (PT) segue o discurso uníssono reproduzido desde a condenação do ex-presidente pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) em janeiro último. Lideranças políticas locais reiteram a candidatura de Lula à Presidência da República como alternativa única da legenda. “Lula é o candidato à Presidência pelo PT. É o plano único que o PT tem nesse momento. Nós vamos sustentar a sua candidatura por estarmos absolutamente convencidos de que sua condenação é injusta”, reforça a deputada federal Margarida Salomão. “Nós vamos esgotar todas as ferramentas jurídicas para garantir a inscrição da candidatura e a sua disputa eleitoral no pleito deste ano”, completa a parlamentar. As chapas para a disputa presidencial serão conhecidas somente em 15 de agosto.
Um dos representantes do partido na Câmara Municipal, o vereador Wanderson Castelar afirma que a candidatura do ex-presidente independe de sua prisão. “Seguimos firmes na nossa convicção de que Lula será nosso candidato. Sabemos que vai ser um processo de solavancos até o final, nada diferente do que já se deu na história brasileira.” Pré-candidato à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o vereador Roberto Cupolillo (Betão) crê no crescimento do PT em razão das recentes derrotas judiciais do ex-presidente. “A população está percebendo o que está acontecendo. Todos os ataques que o Lula está sofrendo nesses últimos períodos só crescem, assim como o Partido dos Trabalhadores.” Ainda conforme Margarida, “as candidaturas à esquerda e, particularmente, as candidaturas do PT podem ter algum benefício dessa triste situação”.
Após perder capital político nas últimas eleições municipais por meio da redução do número de Prefeituras governadas, o partido alinha o discurso quanto às respostas populares nas disputas majoritárias e legislativas. Segundo Castelar, os projetos eleitorais do partido não podem sofrer recuo diante da iminente prisão de Lula. “É um movimento que nós não fazemos”, responde o vereador, ao destacar a pré-candidatura da governador Fernando Pimentel à reeleição e uma possível disputa da ex-presidente Dilma Roussef ao Senado.
Em reunião com as lideranças e a militância realizada na noite dessa quinta-feira (5), o Diretório Municipal da legenda definiu as diretrizes para a organização de um ato a ser realizado nesta sexta-feira, nas escadarias do Palácio Barbosa Lima, a partir das 16h30, em manifestação contrária à prisão do ex-presidente Lula. O movimento integra orientação nacional de partidos de esquerda, movimentos sociais e sindicatos.