Servidores estaduais aposentados que recebem acima de R$ 6 mil reclamam de atraso no pagamento da terceira parcela dos vencimentos de junho, que, segundo o relato de dois leitores, ainda não haviam sido depositados pelo Estado até esta quarta-feira (4). Inicialmente, cronograma divulgado pelo Governo de Minas projetou o pagamento para o dia 29 de junho. Nesta terça-feira (3), a Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) informou que os depósitos referentes à terceira escala dos vencimentos, percebida por cerca de 8% dos servidores, começaram a ser efetuados. A informação era de que os valores estariam “nas contas de 100% dos servidores ativos até o final desta terça”, ou seja: com quatro dias de atraso. Por meio de nota encaminhada à reportagem, a SEF afirmou que os depósitos dos aposentados seriam “feitos na sequência”, sem a definição de uma data específica. A reportagem fez contato com a pasta e aguarda um posicionamento sobre os depósitos.
Segundo relatos de aposentados, os atrasos têm sido constantes e geram problemas como a dificuldade de arcar com compromissos financeiros, o que leva à incidência de juros e multa e, consequentemente, prejuízos. Os atrasos já levaram, inclusive, a protestos de várias categorias. Recentemente, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) paralisou as atividades na rede estadual de educação por 15 dias, até que o acerto da primeira parcela do salário dos aposentados fosse quitado em sua integralidade, o que só ocorreu no dia 25 de junho. A preocupação com a situação dos inativos, inclusive, foi tema de reunião entre o sindicato e a categoria no último dia 26, quando aposentados relataram incertezas trazidas pelo contingenciamento e atrasos nos pagamentos de seus vencimentos, além de situações de dificuldades de atendimento nos serviços de saúde do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg).
Escalonamento
O modelo de escalonamento dos salários dos servidores estaduais é adotado pelo Governo de Minas desde o início de 2016, quando se intensificou a crise financeira no Estado. Desde então, os servidores que recebem acima de R$ 3 mil líquidos (17% do funcionalismo) passaram a receber em duas vezes. Aqueles que recebem acima de R$ 6 mil (8% da folha) têm seus subsídios quitados em três etapas. Já aqueles com salários inferiores a R$ 3 mil (75%) percebem seus subsídios em parcela única.