No Mês da Mulher, a violência foi tema do Ciclo de Debates “Dia Internacional da Mulher – Mulheres contra a violência: autonomia, reconhecimento e participação”, realizado no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quarta e quinta-feira (3). Entre os dados apresentados durante o evento, chama atenção o índice de 4,2 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres em Minas, número pouco menor que a média nacional, de 4,8, que coloca o Brasil no quinto lugar na escala mundial. O estudo consta no Mapa da Violência 2015, com as estatísticas dos homicídios de mulheres no Brasil, apresentado pelo professor Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da Área de Estudos sobre Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).
Conforme a pesquisa, apresentada na quarta-feira, se Minas Gerais fosse um país, ocuparia o sétimo lugar no mundo no ranking de homicídios de mulheres. “A epidemia de dengue não mata um décimo do que mata a violência. Mas não há a mesma mobilização e nem orçamento para conter isso”, comparou Waiselfisz, durante sua fala no evento de abertura do ciclo de debates. O Mapa da Violência 2015 é amplo, usa informações oficiais de várias fontes e revela, segundo o professor, uma “carnificina”, com dados inaceitáveis.
De acordo com o levantamento, Minas Gerais também reagiu de forma diferente à de muitos estados após a sanção da Lei 11.340, de 2006, a Lei Maria da Penha. No Sudeste, por exemplo, todas as demais unidades da federação registraram quedas maiores de 10% nas taxas de homicídio, enquanto em Minas, a taxa subiu quase 6% entre 2006 e 2013. Na série histórica ampliada, porém, Minas deixa a 15ª posição, em 2003, para ocupar a 22ª em 2013 no ranking da violência, mesmo com crescimento do índice de homicídios.
Já nesta quinta, o plenário da ALMG debateu a violência contra a lésbicas, bissexuais, transexuais, prostitutas e ainda nas escolas. Também foram debatidas questões de gênero.