Um novo ato contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff reuniu centenas de manifestantes pelas ruas do Centro e Bom Pastor pelo segundo dia consecutivo. A mobilização teve início às 18h, em frente à Câmara Municipal, seguindo em passeata pela Avenida Rio Branco. Com número de participantes estimado em cerca de três mil pessoas pelos organizadores e aproximadamente 350 pela Polícia Militar, o ato seguiu até a Praça do Bom Pastor, aos gritos de palavras de ordem contra o presidente Michel Temer (PMDB) e a favor da manutenção dos direitos da população.
A mobilização foi convocada pela Frente Brasil Popular, composta por movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos como PT e PCdoB. Integrantes do PSOL e PCB também caminharam pelo trajeto, inclusive engrossando o ato com críticas à Dilma. Eles saíram do Parque Halfeld, seguiram pela Rio Branco até a Floriano Peixoto e chegaram à Avenida Getúlio Vargas. Depois retornaram pela Avenida Itamar Franco até o cruzamento com a Avenida Rio Branco e dali até o Bairro Bom Pastor.
Ao longo de todo o trajeto, feito em cerca de três horas, o protesto seguiu de maneira pacífica, embora alguns conflitos tenham sido registrados, além de retenções pontuais do tráfego. Na Rio Branco, alguns usuários de ônibus desembarcaram dos coletivos em função do trânsito parado. Um estudante universitário tentou parar um veículo que seguia sentido Manoel Honório, próximo à esquina entre Rio Branco e Rua Antônio Carlos. O motorista acelerou o carro e seguiu rumo ao Centro. Ninguém ficou ferido.
Próximo do Alto dos Passos, na esquina com a Rua José Cesário, um morador de um prédio jogou ovos no grupo, enquanto em uma sacada outro batia panelas.
Nesse momento, foram hostilizados pelos participantes do ato, sendo chamados de “golpistas e fascistas”. Em outros momentos, moradores hasteavam bandeiras vermelhas e eram aplaudidos pelos manifestantes. Finalizando o ato, os manifestantes pararam em frente ao prédio onde mora o prefeito Bruno Siqueira (PMDB), na Rua José Procópio Ferreira, no Bom Pastor, criticando-o em razão do apoio ao presidente Temer. Nova manifestação foi marcada para a próxima segunda-feira (5), às 18h, com concentração no Largo do Riachuelo.
Pelo país
Pelo quarto dia consecutivo, um grupo de manifestantes fechou a Avenida Paulista na noite de ontem noite em protesto contra o Governo do presidente Michel Temer. Em Porto Alegre (RS) também houve manifestações de apoio à ex-presidente Dilma nas regiões Central e Norte, com registro de depredações em pelo menos cinco agências bancárias, segundo a Brigada Militar. A PM usou bombas de gás para dispersar os manifestantes.