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PJF quer reabrir correspondentes bancários e bancas de jornais

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No entendimento da Prefeitura, as bancas poderiam estar em funcionamento, visto que não oferecem grandes riscos com relação à circulação viral (Foto: Fernando Priamo)

Em entrevista à Rádio CBN Juiz de Fora na manhã desta terça-feira (2), o secretário de Planejamento e Gestão da Prefeitura de Juiz de Fora (Seplag/PJF), Rômulo Veiga, revelou propostas de alterações no programa Minas Consciente feitas pelo Município. No entendimento da pasta, correspondentes bancários e bancas de jornais e revistas devem ser incluídos na onda verde, na qual Juiz de Fora encontra-se atualmente. Concomitantemente, serviços de bares e restaurantes poderiam ter modificações no funcionamento.

A possibilidade de alterações no programa a partir de sugestões das administrações municipais foi aventada pelo governador Romeu Zema em entrevista também nesta terça-feira. A primeira reivindicação juiz-forana já foi atendida, inclusive, com o ingresso da rede hoteleira na lista de serviços essenciais. Bancas de jornais e revistas, bem como correspondentes bancários, entretanto, ainda não são considerados serviços essenciais, mas deveriam ser incluídos, na visão da Prefeitura. “Setores que não têm a circulação viral, mas também não são expressivos dentro de uma matriz econômica, como bancas de jornais e revistas, ficaram excluídos, e (entendemos) que poderiam perfeitamente estar na onda verde”, argumentou Rômulo. As demandas já foram enviadas ao Governo estadual, conforme o secretário, e serão analisadas ao longo dos próximos dias pelo Comitê Extraordinário Covid-19.

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Os bares e restaurantes, por outro lado, são permitidos na onda verde do programa estadual, mas o Município sugere alterações. “A gente tem o entendimento que, de fato, há setores que precisam de revisão. Porque, dentro da matriz econômica, eles acabaram sendo antecipados para a onda verde, mas a gente entende que possa haver prejuízo, como é o caso de bares e restaurantes”, justificou.

A Tribuna entrou em contato com o Governo estadual sobre as demandas da Prefeitura e aguarda retorno.

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Reabertura de shoppings

O representante da Prefeitura de Juiz de Fora também explicou a motivação para que os shoppings continuem fechados na cidade. Apesar da possibilidade de desinfectar os espaços de forma contínua e de se ter o controle do quantitativo de clientes, esse tipo de estabelecimento exige maior utilização de outras ferramentas sensíveis ao risco de transmissão do coronavírus, como o transporte público, por exemplo. “Para chegar ao shopping, a pessoa vai precisar utilizar o ônibus. Os funcionários que trabalham nessas estruturas podem utilizar o transporte público. (…) Tem que pensar não só na lógica do que é ou não um risco sanitário, mas o quantitativo de pessoas que vão utilizar o transporte público como consequência da abertura”, explica Rômulo.

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Crise econômica inevitável

Na visão do titular da Seplag, a crise econômica não decorre dos protocolos sanitários, mas da potência do vírus, devendo o poder público estruturar a retomada a partir da nova realidade. Segundo ele, estudos brasileiros indicam que o setor mais afetado pelo combate à pandemia foi o industrial, característica da crise econômica a nível global, que afeta a demanda do consumo e provoca reação em cadeia. O fato, na visão de Veiga, revela os reais motivos do abalo econômico. “Políticas sanitárias locais não são a razão de ser da crise. A razão de ser da crise é um vírus que desde 1918 não se via, e os impactos extremamente perversos no sistema imunológico das pessoas, com um índice de letalidade muito alto”, argumentou o secretário.

De acordo com Rômulo Veiga, a contraposição entre priorização da economia e da saúde, na realidade prática, é equivocada, sendo que pesquisadores de diferentes partes do mundo indicam que a retomada econômica se dá de maneira mais efetiva em países que adotaram o isolamento domiciliar efetivo. “É uma falácia (a contraposição entre saúde e economia), não existe essa dicotomia. A economia já está comprometida, o que precisamos é estruturar políticas de saída em caráter regional com a leitura desse novo mundo”, concluiu.

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Necessidade de adesão em massa

O secretário também refletiu sobre a falta de centralidade nas políticas de enfrentamento. Para Rômulo Veiga, a pandemia exige organização dos municípios para enfrentamento conjunto, fator que pesou na adesão de Juiz de Fora ao Minas Consciente. “Se uma cidade entende de uma maneira divergente de outra, você vai ter uma falta de sintonia e o colapso do sistema”, afirma Veiga. “Se a gente tem um isolamento social em Juiz de Fora de 60% e consegue controlar a circulação viral para 1.5 ou 1.2, mas tem uma cidade vizinha que tem um isolamento social abaixo de 30% e explode de casos, vai ser Juiz de Fora que vai fazer a retaguarda de saúde”, ponderou.

Nesse sentido, o titular afirmou que, caso não haja adesão em massa ao programa Minas Consciente, o projeto perde a razão de sua existência, e Juiz de Fora pode deixá-lo. “Se for observado que a estratégia do Minas Consciente não é efetiva, vai ser adotado o que for melhor para a população. Mas, hoje, não foi feita nenhuma discussão a esse nível”, garantiu. “Se os municípios do entorno não forem pactuar, ele (o programa) perde a razão de ser”, opinou.

Antecipação de feriados

A PJF também discute a possibilidade de antecipar feriados durante o mês de junho, como forma de estimular a maior adesão ao isolamento domiciliar. Apesar de destacar que a experiência ocorrida no estado de São Paulo não foi eficiente, o secretário Rômulo Veiga revelou dados locais que indicam a possibilidade de sucesso da medida em Juiz de Fora. “Na sequência de feriados entre o final de abril e princípio de maio, o município estabeleceu uma média semanal próxima de 60% de isolamento social. É natural que você tenha um comprometimento maior, com alguns setores dos serviços essenciais também fechando”, projetou.

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