Em entrevista concedida nesta quinta-feira (1º) ao programa Pequeno Expediente, da rádio CBN Juiz de Fora, o senador Aécio Neves (PSDB) voltou a segredar sobre qual caminho deve seguir nas eleições de outubro. Com seu nome constantemente veiculado como possível candidato a buscar a reeleição ao Senado, ao Governo de Minas ou, até mesmo, para disputa uma cadeira legislativa na Câmara dos Deputados, o tucano afirmou que deve tornar pública sua decisão até o final de março, quando também deve ser batido o martelo sobre qual nome seu grupo político irá apoiar para a sucessão estadual. Neste sentido, Aécio não descartou nem mesmo a possibilidade de caminhar ao lado de um nome integrante de outra agremiação partidária.
“Estou em processo de conversa com todas as forças políticas que nos ajudaram a governar Minas por 12 anos. Até o final de março, acredito que temos uma definição. É preciso muita cautela. Se antecipo, estou direcionando esta decisão”, afirmou o ex-governador. Neste sentido, o senador deu a entender que, após ter se lançado candidato à Presidência em 2014, deve agora recobrar o foco na disputa eleitoral, a fim de tentar barrar uma possível reeleição do governador Fernando Pimentel (PT). “Sempre terei um papel nas questões nacionais, mas me preocupa muito o cenário de desgoverno ao qual chegou Minas Gerais. Darei minha contribuição para resgatar Minas Gerais deste grupo político que ocupou o Governo”, disse, uma vez mais, sem citar quem encabeçaria tal projeto.
No âmbito nacional, o senador também foi reticente. Sobre uma possível candidatura tucana encabeçada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), Aécio considerou que o paulista reúne condições de ser um nome que represente o centro e agenda de reformas que defende para o país, no entanto, pontuou que Alckmin ainda precisa reunir forças em torno de uma provável empreitada nas urnas. “Há espaço no Brasil para uma candidatura de centro e com compromisso com uma agenda reformista para colocar o Brasil em uma rota de crescimento continuado. O governador Alckmin tem condições de ser candidato, mas ele tem que conseguir falar ao Brasil e convencer que será capaz de liderar este projeto.”
Por fim, Aécio defendeu as reformas que entraram na pauta do Governo a partir da chegada do presidente Michel Temer ao Palácio do Planalto. “Não tenho dúvidas que a reforma do Estado brasileiro, a reforma trabalhista, o teto de gastos e a reforma da Previdência são essenciais para que nós resgatemos o crescimento da economia e o emprego. O candidato que abraçar esta agenda terá enormes condições de vencer as eleições. A reforma da Previdência, que é um assunto espinhoso, é necessária. Se não fizermos esta reforma, em dez anos, não teremos condições de honrar os compromissos com os aposentados atuais e aqueles que vierem a se aposentar neste período, declarou o senador.