O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, comemorou, em entrevista coletiva à imprensa nesta segunda-feira (29), a quinta colocação do Estado no ranking de transparência sobre o combate à Covid-19 elaborado pela ONG Transparência Internacional. Segundo a lista, divulgada também nesta segunda, Minas é, atualmente, o quinto estado do país com mais transparência das informações da epidemia, com 94,5 pontos, classificado como “ótimo”, melhor avaliação do ranking. “Isso mostra que todo esforço, no sentido de sermos mais transparentes, tem sido reconhecido pelos órgãos que nos avaliam”, disse o secretário. No último levantamento, publicado em maio, o estado estava na 11ª colocação.
O titular da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) também comentou sobre o cenário epidemiológico do estado e destacou que a secretaria está em um momento de mudança da contabilização dos números da epidemia, que tem 43.864 casos confirmados e 918 óbitos. “A equipe passou o final de semana inteiro trabalhando para que nós pudéssemos trazer os dados da forma mais atualizada possível e mais sincronizada com os municípios.” O secretário levou em consideração que Minas tem 853 cidades, o que dificulta a atualização de forma rápida. “Hoje nossos dados estão muito próximos do somatório dos municípios. É possível que até quarta-feira (1º de julho) ainda haja alguns ajustes, mas acreditamos que nosso boletim e nosso painel estarão 100% atualizados, passando as informações à população da melhor forma.”
Amaral voltou a falar sobre a previsão de que muitos mineiros sejam infectados nesta semana, com a aproximação do pico de contágio, previsto para 15 de julho. “Estamos realmente em uma semana que tende a ter um pouco mais de casos”, com o crescimento da epidemia seguindo as projeções. “Gostaria de enfatizar para todos: Se puder, fiquem em casa. Usem máscaras, álcool gel, lavem as mãos e evitem, a todo custo, qualquer forma de aglomeração.”
Tratamento e vacina
Outro ponto destacado durante a coletiva foi os protocolos de tratamento precoce para pacientes de Covid-19, que já estariam circulando nas redes sociais por meio de médicos. De acordo com o secretário de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, é preciso “buscar o máximo de evidências neste momento. Para isso ser uma política pública, é importante que nós tenhamos alguma segurança, porque problemas no futuro poderiam impactar. Em breve faremos uma sugestão de atuação aos médicos que atendem esses pacientes.”
Sobre uma possível vacina contra a Covid-19, ele disse que, normalmente, o período necessário entre o desenvolvimento e a chegada dela à população dura em torno de um ano e meio. “É possível que a vacina só chegue no inverno do ano que vem, por volta de maio ou junho de 2021. Antes disso é pouco provável.”
Influenza
O secretário lembrou ainda que a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza termina nesta terça-feira (30). “Estamos lançando uma campanha nas mídias sociais com o objetivo de ampliar nossa cobertura vacinal. É importante lembrar que, mesmo durante a epidemia da Covid, nós temos que manter o calendário vacinal ativo. Os postos continuam vacinando, e temos 21 vacinas gratuitas na rede do SUS. Gostaria de enfatizar para que todos avaliem seus cartões e, caso não estejam em dia, procurem as Unidades Básicas de Saúde (UBS).”
Minas Consciente
Em relação ao recuo recente de várias cidades mineiras nas medidas de flexibilização do isolamento social, o secretário adjunto de Saúde, Marcelo Cabral, que também participou da transmissão, disse que o programa estadual Minas Consciente, que prevê a retomada gradual das atividades, estabelece um roteiro seguro. “Fizemos isso com base em evidências científicas e técnicas. O nosso Coes (Centro de Operações de Emergência em Saúde) está instalado desde janeiro e fomos um dos primeiros estados a tomar providências tempestivas e antecipadas no sentido de estabelecer medidas de distanciamento e isolamento social. O fato de estar em casa, e não nas ruas, faz com que tenhamos condições de manter essas medidas.”
O secretário adjunto reforçou que, apesar do aumento da epidemia em Minas, ainda não foi necessário usar hospitais de campanha. “Temos ampliado os leitos de UTI e buscado manter esse diálogo com outros atores no sentido de ampliação dessa rede hospitalar que já está instalada. É muito mais proveitoso neste momento e oportuno. Desde o começo, o hospital de campanha foi tido como uma estrutura de reserva para hipótese do esgotamento da rede de saúde.”