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Torcedor do Tupi e do Hercílio Luz revê o Carijó com o coração dividido

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Dividido: Claudio Mineiro mostra camisas de Hercílio Luz e Tupi no Estádio Anibal Torres Costa (Foto: Arquivo pessoal)

Juiz-forano de coração, mas radicado em Tubarão (SC) há 43 anos. Torcedor do Tupi desde a década de 1960 e do Hercílio Luz a partir da mudança para Santa Catarina, em 1976. Claudio Lopes Autran da Silveira, mais conhecido como Claudio “Mineiro”, 67 anos, vivenciará experiência inesquecível na tarde de domingo (5), quando os dois times para os quais torce se enfrentam na estreia da Série D do Campeonato Brasileiro em duelo no Estádio Anibal Torres Costa, às 16h.

“Não sei qual será minha reação na hora do jogo. Acredito que será muito emocionante. Lembrando aquela música do Noel Rosa, que diz ‘com que roupa eu vou?’. Acho que vou sem roupa! Fui convidado pelo meu amigo Eduardo Ventura, da Rádio Santa Catarina, para acompanhar o jogo na cabine de transmissão. Ainda não decidi. O que eu espero é muita emoção, mas vou para o jogo com as duas camisas”, projeta o torcedor que expôs a profunda relação com as duas equipes pela internet à Tribuna, durante o programa esportivo Mesa Quadrada, da TMTV.

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Nascido em Três Rios (RJ), Claudio se mudou para Juiz de Fora aos 3 anos. Conheceu, primeiro, o Galo Carijó, com influência de dois profissionais renomados da cidade: o radialista e comentarista Dirceu Costa Ferreira e um dos maiores ídolos da história alvinegra, Moacyr Toledo. “O Tupi surgiu na minha vida quando ainda era adolescente, nos anos de 1960, quando eu estudava no Senac, no Bairro São Mateus. O meu professor de Educação Física era o Toledo, que tinha jogado pelo Tupi e, para completar, tive um professor que era radialista da Super B3, professor Dirceu, que foram meus incentivadores a torcer pelo Tupi”, recorda.

Claudio se formou em Eletrotécnica pela UFJF em 1975 e, no ano seguinte, embarcou rumo a Santa Catarina para trabalhar na empresa Eletrosul, hoje Engie do Brasil. A segunda paixão municipal no esporte, então, aflorou. “Já conhecia o Hercílio Luz quando morava em Juiz de Fora, e quando vim morar em Tubarão, o Hercílio Luz estava sem jogar, pois a cidade foi totalmente destruída em 1974, pouco antes de vir morar aqui. E o campo estava também totalmente destruído. Foi amor a primeira vista. Tenho muitos amigos que fazem parte da diretoria, estou sempre por lá, assisto os jogos no campo”, destaca.

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Desde então, o contato com o Tupi foi quase que exclusivo pela internet. Há mais de 20 anos, segundo ele, não assiste in loco o Galo em campo. “Sempre que estava de férias ia assistir o Tupi jogar. Mas acompanho os jogos do Tupi pela TV, quando tem, e agora pela Rádio Globo, que pego na internet”, relata.

Favoritismo mandante em temporada melancólica

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Se as emoções de domingo prometem ser inesquecíveis, o início de temporada de Tupi e Hercílio Luz não agradaram Claudio. As duas equipes do Grupo A14 da Série D, ao lado de Novorizontino (SP) e Itaboraí (RJ), foram rebaixadas da elite do Campeonato Estadual. “Uma infeliz coincidência. O Tupi se despediu em uma quarta-feira, contra a URT, e o Hercílio Luz no domingo, contra o Criciúma. Foi uma semana muito ruim pra mim”, lamenta o torcedor.

Apesar da semelhança negativa, Claudio vê leve favoritismo dos donos da casa. “Acredito que vai ser um jogo bem equilibrado e o fator campo vai pesar. A torcida do Hercílio Luz é muito empolgada e vai fazer barulho. O Léo Costa (volante do Tupi em 2018) disputou o catarinense por nós e vai ficar pra Série D”, opina.

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Palco do duelo em registro de Claudio Mineiro à Tribuna

“Serão bem recebidos”

Claudio assegura e reitera: “O estádio aqui é bem confortável, seguro, e se vierem alguns torcedores do Tupi, serão bem recebidos. Eu vou estar junto.” A ideia do torcedor é compartilhar, também, a história dos dois clubes em cada cidade. Ele conta que, por exemplo, um ex-presidente do time catarinense é filho de juiz-forano.

“Ano passado o Hercílio Luz completou 100 anos, em dezembro. O ex-presidente do Hercílio Luz, Alexandre Moraes, hoje vereador aqui na cidade, tem uma ligação muito forte com Juiz de Fora, pois o seu pai, Antônio Pires de Moraes, é natural de JF e foi estudante do Granbery. Veio para Tubarão junto comigo para trabalharmos na então Eletrosul.”

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