A mistura de sensações, contudo, ocorreu por conta de o compartilhamento inicial de Neymar ter ocorrido em imagem editada sem a assinatura do autor da arte. Após campanha feita para que o crédito fosse devidamente realizado, o craque dos traços deve sua conta de Instagram marcada na publicação do camisa 10 da Seleção na tarde dessa quinta (28). Luiz Felipe recebeu a equipe da Tribuna na Agência Go! Mídia, onde trabalha, e não só contou a história do ainda mais popular desenho, como a de sua carreira, iniciada em 2009.
Tribuna de Minas – Qual é a história deste desenho? Como pensou nele? Imaginou uma repercussão como essa?
– Luiz Felipe Gonçalves – Vinha fazendo um desenho da Seleção em todos os jogos do Brasil. No jogo de pré-Copa fiz, e na primeira partida tinha feito e deu uma repercussão legal. Muitas páginas famosas compartilharam e resolvi fazer em cima da hora. Fiz até de madrugada esse desenho. E como sei que os três são muito amigos (Philippe Coutinho, Neymar e Gabriel Jesus), peguei uma imagem em que eles estivessem marrentos, juntei, botei o rosto deles e deu essa repercussão. Não esperava que fosse isso tudo. Esperava que desse uma repercussão, mas não que chegasse nele (Neymar) e nem que fosse gostar.
Como você acredita que a imagem chegou até o Neymar?
– Primeiro compartilhei no meu Instagram. Aí as pessoas começaram a marcar outras, começou a chegar nos fã clubes do Neymar, Coutinho e Jesus e creio que dessa forma chegou até ele.
Em um primeiro momento você ficou indignado por não ter sua assinatura?
– Foi uma mistura de tristeza e decepção. Na hora gostei muito, recebi a mensagem de um seguidor meu falando que estava lá. Quando olhei, nem acreditei. Aí olhei a imagem direito e tinham apagado meu nome. Aí deu aquela tristeza e raiva na hora, mas com o tempo foi passando.
E agora que ele te marcou, como é ter esse retorno?
– Corri atrás, fiz postagem para que o pessoal me ajudasse a chegar nele. E consegui que ele marcasse meu nome, desse os devidos créditos na arte. Agora estou bem tranquilo e até orgulhoso de mim mesmo pelo trabalho que fiz. Que ele traga o hexa!
Qual é sua história com o desenho e a profissão?
– Desenho desde criança, desde que me entendo por gente. É um prazer, o que faço nas horas de lazer. Quando tinha 19, 20 anos resolvi tornar isso uma profissão. Comecei a divulgar meu trabalho, o pessoal da faculdade pedia por encomenda, e vi que daria certo e levei para frente.
Você tem um tema de preferência?
– Gosto de desenhar principalmente atletas. Gosto muito de esportes, fiz Educação Física também, então o esporte faz parte da minha vida. Gosto principalmente de desenhar atletas de futebol e de basquete.
Tem algum atleta que você tem desenhado mais?
– Tenho feito bastante o Neymar e os caras do basquete como o LeBron James, o Kevin Durant, os caras que estão mais em alta no momento.
O que você busca transmitir?
– Sempre tive aquela pegada da brincadeira, e tento trabalhar o traço leve, deixar o desenho engraçado. Até hoje minha pegada é essa de fazer um desenho cômico, caricato. Venho mudando meu estilo de traço com o tempo, mas meu forte ainda é a caricatura em si.
Como é seu processo de criação?
– Tem várias formas. Quando é por encomenda a pessoa me pede da forma que quiser e eu desenho. Mas muitas vezes vem por inspiração. Acordo com uma ideia de desenho e boto no papel. Procuro as referências na internet, uma foto boa, uma pose, expressão marcante e desenho.
Você começa com rascunhos e passa para o computador?
– Hoje trabalho direto no computador. Tenho uma mesa digitalizadora em que já consigo fazer direto. Mas é muito diferente e melhor fazer no papel. Então na agência, por exemplo, faço no rascunho, mando para o scanner e finalizo no Photoshop.