O petropolitano Flávio Stumpf, de 35 anos, radicado em Juiz de Fora e vencedor da 10ª Meia Maratona de JF, das corridas da Ascomcer e do Rodoviário Camilo dos Santos em 2022, além de sétimo colocado na Maratona de Curitiba, uma das principais provas do Brasil, vai disputar agora a 97ª Corrida São Silvestre, a mais tradicional de toda a América do Sul. Entretanto, o corredor que perdeu o emprego recentemente precisa de ajuda financeira para conseguir arcar com as despesas para competir em São Paulo, no evento tradicionalmente realizado no último dia do ano.
“Depois da maratona de Curitiba, acabei sendo dispensado do meu emprego. Lá onde eu trabalhava não aceitava que faltasse, mesmo eu pagando gente para ficar no meu lugar nos períodos de corridas. Agora estou desempregado, procuro trabalho ou uma empresa que me ajude a custear minha participação na São Silvestre. Não tenho, por exemplo, tênis de alta performance para correr”, lamenta Flávio.
Do sonho do futebol à realização na corrida
Quando criança e adolescente, o desejo de Flávio era ser jogador profissional de futebol. Mesmo que corresse com a bola no pé, o atleta não sentia vontade de se aventurar no atletismo. “Meu irmão, o Lander, corria e sempre me chamava, mas eu pensava que era coisa de doido ficar dando voltas”. Porém, o aspecto financeiro, complicado na vida de Flávio desde essa época, reverteu seu pensamento. “Minha mãe pedia para eu levar meu irmão para treinar, ele é cinco anos mais novo que eu. E via que sempre retornava das corridas com 50, 100 reais. Um dia decidi perguntar para ele como fazer para correr, mesmo já trabalhando”, relembra Flávio à Tribuna.
A primeira corrida que Flávio disputou foi a de Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro. A organização prometeu ao atleta que se ele vencesse seu irmão, ganharia um par de tênis de presente. “Treinei muito, mas não consegui, ele foi o campeão. Mas quando ganhei do Lander pela primeira vez, ele parou de correr. E eu continuei. Já são 13 anos, desde 2009”, conta o atleta. O corredor também competiu em terras paulistas, e foi eleito revelação da Corrida da Nike e da Atleta Pé de Vento. “Ganhei por ser amador e chegar tão rápido na elite. Os profissionais tinham patrocínio, e eu conciliando trabalho consegui vencê-los”, conta.
Vinda para JF resultou em casamento e títulos
Em 2011, Flávio Stumpf veio para Juiz de Fora disputar a Corrida do Panathlon e conheceu a mulher que viria a ser sua esposa. “Encontrei a Aline aqui. Na época, brinquei com ela que se ganhasse a corrida daríamos um beijo. Fomos conversando e começamos a namorar. Depois, me casei e decidi morar aqui”, relembra.
“Desde então, participo do Ranking de Juiz de Fora, que já fui campeão em 2017. Também me sagrei quarto melhor brasileiro na Meia Maratona Internacional do Rio e na Volta Internacional da Pampulha. Já subi no pódio duas vezes na Corrida da Globo, com o quinto lugar”, relata o corredor.
Pedras no caminho
Em novembro deste ano, o atleta disputou a Maratona de Curitiba e ficou na sétima colocação. “Fui sem fazer treinos específicos. Como trabalhava, só fazia treinos bem cedo ou à noite. O sonho da minha esposa e filha era andar de avião, então decidi ir. Conseguimos a passagem em promoção e pensei mais em passear. Só que decidi entrar na prova e consegui um bom resultado. A prova foi forte, em outros anos eu poderia ter sido o campeão”, enaltece.
Depois da Maratona, Flávio recebeu a notícia de que seria dispensado do seu emprego em Juiz de Fora. E com a São Silvestre ainda neste mês, ele garante que toda ajuda é bem-vinda. “Felizmente, hoje, o Camilo dos Santos me apoia. Mas não tenho patrocínios, é minha maior dificuldade. Quero muito representar Juiz de Fora no cenário nacional, mas sem apoio não consigo”, lamenta o corredor, que disponibiliza o número (32) 99116-4647 para contato de apoio.