Daiane dos Santos tinha 11 anos quando começou na ginástica. Na carreira, conseguiu conquistar nove medalhas de ouro na Copa do Mundo do esporte. E é uma inspiração para a Layla Vilela, juiz-forana de apenas seis anos, da base do Clube Bom Pastor e que foi aprovada em uma seletiva do Flamengo, de onde saíram referências da ginástica como Flávia Saraiva, Jade Barbosa e Rebeca Andrade. A pequena foi chamada para uma seletiva no Rubro-Negro por meio de um vídeo com uma apresentação postado nas redes sociais. Junto de seus pais, Vitoria e Marcelo, o “Celin”, a pequena viajou para realizar testes e foi aprovada. Desde segunda-feira (25), ela já está com a mãe no Rio de Janeiro (RJ), onde Layla terá 12 horas semanais de treino.
Se há dúvida de que amor à primeira vista exista, Layla é prova viva que, no esporte, a paixão instantânea é uma realidade. A mãe da garota, Vitoria Vilela, conta à reportagem que sua filha começou os treinamentos há um ano, e na primeira aula já se apaixonou pela ginástica. “Primeiro levamos ela para fazer balé, mas não gostou. O pai dela já treinou futsal no Clube Bom Pastor quando era mais novo, e sabia que lá tinha ginástica. É de família, o primo dele também treinava a artística. Procuramos o clube para a aula experimental, e a Layla se identificou muito e não quis mais parar”, recorda a mãe.
Referência na cidade, o treinador Wanderson Zambeli enxerga que Layla pode se tornar um ídolo de Juiz de Fora. “Ela já se destaca porque tem um talento nato para exercitar na ginástica. Com os treinos, vai aperfeiçoar e trabalhar dentro do código específico. Não basta só o talento, um trabalho duro de anos é necessário para chegar ao topo. A Layla terá uma equipe com profissionais muito bons, que poderão ajudá-la a conseguir os objetivos. Desejo que tenha sucesso e não desista de ser a ginasta que sonha ser”, relata o técnico.
Olímpiadas: sonho da flamenguista Layla e da família
Desejo dos atletas não só da ginástica, mas também dos outros esportes, é um dia vestir a tão pesada camisa verde e amarela. Apesar de pequena, Layla pode conquistar esse grande sonho, como exalta a sua mãe. “Esperamos que ela tenha um aprendizado e evolução no esporte. Com certeza queremos que ela seja uma futura atleta olímpica representando nosso país, conquistando medalhas”, projeta Vitoria. Ela ainda conta que a família é rubro-negra. “Todos nós somos flamenguistas, e a Layla sempre amou o Gabigol!”
Porém, do mesmo tamanho do sonho é o esforço dos pais e da garota para se manterem em solo carioca. Marcelo, tatuador, seguirá, ao menos inicialmente, em Juiz de Fora por conta da estabilidade financeira, podendo auxiliar a estadia da filha e de Vitoria no Rio. “Estamos vendo como será a adaptação tanto emocionalmente, por estar longe da família, como financeiramente, pois não fica barato manter todas as despesas. Como de começo não temos ajuda financeira do clube, vamos tentar ficar no Rio o máximo que der para tentar realizar o sonho da nossa pequena”, relata a mãe. “Eu e o pai dela sempre incentivamos, mas o mérito e dedicação são todos dela”, reforça.
Para o treinador Wanderson, Layla pode ser uma das primeiras atletas juiz-foranas a brilhar mundialmente na ginástica artística, ao contrário do que ocorre no trampolim, que possui vários esportistas da cidade campeões mineiros. “Para termos mais Laylas é preciso divulgação do esporte e criação de mais projetos. A nossa cidade sempre foi um celeiro de excelentes ginastas”, afirma o professor.