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Diretor avalia queda do Baeta e crê em permanência pela Justiça

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Tupynambás sofreu 4 a 0 da Caldense e só cumpre tabela contra o Boa Esporte nesta quarta (Foto: Renan Muniz/Caldense)

Excesso de lesões, más apresentações em campo, trocas de técnico e coronavírus. Estes foram alguns dos principais temas comentados pelo vice-presidente de Futebol do Tupynambás, Cláudio Dias, à Tribuna, após ter o rebaixamento em campo para o Módulo II do Campeonato Mineiro confirmado neste domingo (26), com a goleada sofrida para a Caldense por 4 a 0, em Poços de Caldas. O clube ainda pleiteia a anulação do descenso por vias jurídicas, com julgamento do mérito nesta terça-feira (28), às 19h, em plenário virtual do Tribunal de Justiça Desportiva de Minas Gerais (TJD-MG).

Questionado, inicialmente, sobre quais fatores teriam sido predominantes para o descenso, Cláudio Dias voltou a criticar o retorno do Estadual, bem como o protocolo de segurança da Federação Mineira de Futebol (FMF).

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“O Tupynambás já estava em uma situação difícil desde o começo. A equipe ontem (domingo) estava completamente desconfigurada. Os reforços que contratamos não quiseram voltar, como o Alisson (meia), que está em Brasília, por exemplo. Vou obrigar como? A FMF faz um protocolo e, eu que não sou da área médica, identifico vários pontos negativos só de ver. O Albert (volante), de JF, fez o exame, deu negativo, chegou lá em Poços de Caldas, o outro deu positivo, mas treinou a semana toda, então o time todo não poderia jogar. O protocolo é totalmente furado. Foi feito um retorno por fazer, com um protocolo horroroso, difícil de cumprir, caro e que não garante que os atletas que jogaram ontem não estarão contaminados”, reclama o diretor. “Em relação ao futebol, não poderíamos esperar grandes coisas de um time que treinou nove dias. A situação já era ruim e, com a preparação inadequada, piorou.”

A equipe, que não acumulou uma vitória sequer na competição, com última partida programada para as 21h30 desta quarta, contra o Boa Esporte, em Varginha, teve quatro treinadores diferentes, a começar pelo experiente Paulo Campos, que deixou o clube depois da primeira rodada. “O Paulo Campos tem nome, currículo. Algumas pessoas ficam falando besteira, mas quem pediu para sair foi ele. Como diretor de futebol, acho que os atletas que ele indicou para compor a equipe não correspondiam ao nível necessário. E olha que o Mineiro está em péssimo nível neste ano. No papel, o Tupynambás montou uma equipe melhor que a do ano passado”, reforça, antes de justificar seu ponto de vista.

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“Em 2019 a média de idade era de 32 anos e nesse ano foi pra 27, com atletas que passaram por Corinthians, São Paulo, Palmeiras. Tivemos muitos problemas físicos. O Renan (Rinaldi, goleiro) chegou machucado, no segundo jogo teve problema. O Arame (atacante), uma promessa que apostávamos, machucou. O Magal (meia e lateral) nem estreou. O Léo Franco (volante) quebrou o pé. Pelo menos seis, sete atletas com contusões graves. Não tivemos os principais jogadores que contratamos em campo. E com as derrotas, tentamos mudar pela troca de técnicos”, explica.

Cláudio comentou, ainda, críticas quanto à sua capacidade como diretor de futebol. “No ano passado, com ida a Série D e oitavo lugar no Mineiro, fiz tudo. Quem trouxe o futebol de volta fui eu. Até na segunda divisão, quem resolveu logística e alimentação fui eu. Tivemos muitos problemas neste ano”, resume.

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Confiança na permanência

Na noite desta terça, por videoconferência, será realizado o julgamento do mérito das ações movidas no TJD-MG tanto pelo Tupynambás quanto pelo Villa Nova, buscando o cancelamento do rebaixamento do Campeonato Mineiro de 2020. “Vamos buscar nosso direito. Se amanhã, que é o primeiro julgamento, o TJD não for favorável ao que pedimos, vamos recorrer ao STJD. E, em último caso, jogamos o Módulo II no ano que vem para voltar à elite”, relata Cláudio.

‘Trabalho a longo prazo’

Se a queda for confirmada, o Tupynambás perde sua principal fonte de renda na temporada – a cota dos direitos de transmissão da TV sobre os jogos do Estadual. Questionado se o rebaixamento, logo, poderia impactar na sequência do projeto do Baeta de manter uma equipe profissional atuante, Cláudio Dias assegurou que “o Tupynambás vai montar um time no ano que vem. Fazemos um trabalho a longo prazo. Nesse ano foi regularizar a parte financeira e documental do clube, o que está 100% feito. O Tupynambás pode não ter a melhor estrutura do interior, mas duvido que alguém possua todos os documentos como nós pra poder andar”, reforçou.

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O dirigente ainda relembrou a evolução do Flamengo ao citar o trabalho que tem realizado no clube. “Lógico que, guardadas as devidas proporções, o Flamengo estava totalmente arruinado financeiramente e não tinha certidões. O (Eduardo) Bandeira de Mello assumiu o clube e é o atual presidente que está colhendo os frutos. Daqui a cinco anos, o pessoal que gosta muito de reclamar, pode me cobrar. Hoje já está mil vezes melhor do que há dois anos. Agora os verdadeiros torcedores do Tupynambás sabem que estamos no processo. Não gosto de falar que fui eu que comecei, mas foi. E infelizmente o Tupynambás, nesse ano, teve uma campanha ruim comigo também. Só não podem esquecer que quem começou tudo lá atrás, está hoje. Não é porque estou com o handebol (Cláudio também é presidente da Federação Mineira de Handebol). Quem começou com a Taça BH fui eu. Hoje ele está rebaixado em campo, mas de repente ainda conseguimos reverter isso.”

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