No dia 24 de fevereiro deste ano, a jovem juiz-forana Danielly Vitória, com apenas 14 anos, desbancou as concorrentes brasileiras de até 17 anos no Grand Slam, no Rio de Janeiro (RJ). Pouco mais de um mês depois, o desafio da atleta agora é conseguir recursos que viabilizem sua viagem para a Tunísia, sede do Mundial Juvenil de Taekwondo, competição que ocorre de 8 a 13 de abril. Ela carimbou seu passaporte pela Seleção Brasileira com o ouro na Cidade Maravilhosa.
A ida está programada para o próximo dia 1º, mas a família de Dani ainda tenta auxílio financeiro em iniciativas como uma “rifa relâmpago” e vaquinha. Inicialmente, R$ 3 mil dos R$ 5 mil necessários já foram arrecadados. “Pelo pouco tempo, não conseguimos buscar muitos recursos, foi tudo muito rápido. E tem a vaquinha que ainda está valendo”, conta a lutadora que reduziu a intensidade dos treinamentos com o técnico Alan Oliveira por precaução após período intenso de preparação.
“Como o tempo do Grand Slam para o Mundial é muito curto, no momento estamos forçando menos, trabalhando mais a parte tática, normalmente à tarde. Pela manhã fazemos o físico. Buscamos forçar menos para não correr tanto risco de lesão até a viagem. Mas desde o ano passado tive uma preparação muito forte, com treinos pesados no geral, além de camping com a Seleção Brasileira”, relembra Dani.
Todo o esforço da atleta e das pessoas que a cercam vai além do talento da jovem atleta, que demonstra um amadurecimento incomum para a pouca idade. “Sinto uma diferença muito grande de pessoas da minha idade para mim. Tenho um pensamento mais profissional, querendo ou não. Me sinto mais madura. E esse Mundial sempre foi meu sonho, desde quando entrei para o taekwondo pesquisava os atletas que subiam nos pódios dessas competições. Poucas pessoas chegam nesse nível com essa idade, então me sinto muito feliz de ter chegado até aqui, mas é claro que vou continuar focada para conquistar cada vez mais coisas”, diz.
Para chegar à sétima colocação no Campeonato Mundial de 2017, no Egito, pela categoria cadete (12 a 14 anos e até 44 kg), Dani teve que buscar parcerias que a levassem ao país africano, o que prejudicou seu tempo de treinamento. A atleta colhe os frutos da dedicação até hoje. “Pego muito a experiência do Egito. Quando fui para o Mundial, tive que correr bastante atrás dessa questão financeira porque ninguém me conhecia. Agora ficou um pouco mais fácil, porque a cidade me conhece mais e consegui patrocinadores e apoiadores que vêm me ajudando”, conta.