Uma equipe guerreira do começo ao fim. O conceito de grupo não somente foi defendido com unhas e dentes por cada membro do JF Vôlei, como moveu o elenco comandado pelo técnico Henrique Furtado até a última bola da Superliga Masculina 2016/2017, na noite desta segunda-feira (27), no Ginásio do Abaeté (SP), quando os locais foram derrotados pelo Taubaté por 3 sets a 0 (parciais de 25/21, 25/18 e 25/14) e eliminados da competição nacional após construírem a melhor campanha da história do projeto. Relembrando a trajetória vitoriosa do time juiz-forano, a Tribuna coletou relatos de profissionais envolvidos com a equipe que entra para a história da cidade não apenas pelos resultados, mas também pelo abraço do torcedor em cada duelo da Superliga no Ginásio da UFJF.
Trajetória
Novamente sem apoio da cidade, a participação da equipe na Superliga foi confirmada nos últimos instantes do tempo hábil. Soma-se isto a mudanças de hotel onde o elenco se hospedava e outras dificuldades internas, colocadas de lado por objetivos em comum. Desta forma, o grupo formado por atletas emprestados da base do Sada Cruzeiro e jogadores mais experientes contratados pontualmente chegou pela primeira vez na história da representação juiz-forana aos playoffs da competição, após também conquistarem a maior sequência de vitórias (seis) e número de pontos (31) na primeira fase do campeonato.
Diretor técnico do JF Vôlei, Maurício Bara exaltou a campanha. “A temporada confirmou nossa credibilidade dentro do voleibol. Essa parceria com o Sada se concretizou porque viemos sendo respeitados há quase uma década no esporte. Sem ela não jogaríamos a Superliga. O segundo fator foi o conhecimento e a credibilidade do mercado com a gente. Conseguimos trazer jogadores para compor essa parceria e vieram mesmo sabendo que tínhamos ficado em último lugar na temporada passada. O mais importante foi a confirmação de um modelo com as vitórias. Esse é o modelo JF Vôlei de fazer voleibol, com pessoas que queiram buscar seu lugar no mercado, abraçar a causa.”
Diferencial
O técnico Henrique Furtado também vai na mesma linha. “O diferencial foi a mentalidade de todos os envolvidos no projeto. Os jogadores experientes queriam se recolocar como protagonistas no cenário do voleibol nacional; os jovens buscavam chegar e mostrar seu trabalho para um país inteiro; a comissão técnica, extremamente dedicada e motivada, jovem, trabalhou dia e noite para dar todas as condições ao atletas; e a diretoria que fez uma escolha de perfil de grupo com ambição de usar Juiz de Fora como trampolim em suas vidas profissionais”, opina.
Acertos
Ex-jogador da Seleção Brasileira e do Minas Tênis Clube, José Eduardo Bara, que acompanha de perto cada duelo do JF Vôlei nos seis anos de Superliga, ressaltou a escolha da diretoria no comando técnico. “Me pareceu haver um comando próximo – e não acima da equipe – por parte da comissão técnica e do Maurício Bara. Um exemplo bom foi o Renan ter encarado essa equipe com seriedade e estar sendo o maior pontuador da Superliga. Teve uma busca comum. O time evoluiu a cada jogo. Alguns erros cometidos em uma partida, no outro eram corrigidos. Acho que foi o voleibol mais objetivo que o projeto já teve. O comando foi muito de acordo com a característica da equipe. Falta os patrocinadores acreditarem também.” Além de Henrique, o preparador físico Júlio Lanzelotti, e o fisioterapeuta Lucas Mostaro garantiram um elenco sem sérias lesões durante todo o trajeto, e o analista de desempenho, Rodrigo Fuentealba, auxiliou na coleta de dados sempre utilizados no contínuo estudo de todos os profissionais da comissão técnica da casa.