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Denise Barra completa ultramaratona aquática de 16km com quase 8 horas de natação

Denise Barra ultramaratona
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“Já posso dizer que eu era uma pessoa antes do desafio e agora sou outra, porque levo para a minha vida todas as adversidades que passei dentro desse mar.” Como em seu relato à Tribuna, a juiz-forana Denise Barra, atleta do Clube Bom Pastor, vivenciou, nesta sexta-feira (27), uma experiência que ultrapassa o resultado desportivo, já de destaque pela conclusão do Desafio Internacional Swim Bisa, em Ilha Grande (RJ), com 7h45min de nado ininterrupto em mar aberto nos 16km da ultramaratona aquática.

“Comecei às 5h07, saindo da praia de Freguesia (de Santana), e iniciei a trajetória. É realmente um desafio, porque o mar é vivo e apresenta várias adversidades ao longo dos 16km. A cada momento eu precisava me reinventar. Foi a maior quilometragem que já nadei até hoje e foi muito bom. Fui treinada por um dos melhores ultramaratonistas do mundo, que se chama Samir Barel, e foram seis meses de treinos com planilhas que ele me mandava on-line. Segui à risca os treinamentos de 5km por dia durante seis vezes por semana“, conta Denise, que também foi preparada pelo técnico Sidinei Costa, o Sidinho, da agremiação juiz-forana.

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“Durante a travessia fui muito bem, de meia em meia hora eu recebia hidratação. Fui seguida por um barco. Durante um período, o mar estava bom, com a temperatura de 27 graus, só que de repente peguei uma correnteza muito forte, ventos de 12 nós e, nesse momento, você luta com o corpo e a mente, que pedem para você parar. Mas graças ao meu treinador mental, o José Ferreira, em nenhum momento da travessia eu pensei em parar. Foi difícil, nos quatro quilômetros finais tinha muitas lanchas passando, um perigo, e o técnico pode entrar, conforme o regulamento, por uma hora para nadar junto. É o ‘treinador pace’, justamente para ajudar com situações como essas. Vento muito forte, tem as ondulações, o cansaço. Tive uma série de vômitos, mas que não me impediram de continuar”, revela Denise.

Ainda conforme a atleta, as dificuldades aumentaram a partir da metade do desafio. “Falei com o meu técnico, o Samir, que estava começando a ficar difícil. Ele me disse, então, que era naquele momento que começava o meu desafio, a minha travessia. Porque era a partir dali que nem todos seguiam. Mas com a ajuda de Deus, os treinamentos e minha força de vontade, conclui a prova”, relata. “Quando cheguei, agradeci muito a Deus. Agora posso dizer que faço parte dessa equipe seleta de ultramaratonistas internacionais. E sou a primeira mineira a concluir esse desafio em Ilha Grande, da Swim Bisa (associação internacional de ultramaratonas aquáticas). Espero que venham outras, que sigam esse exemplo e se desafiem em mar aberto com treinos, alimentação correta e equilíbrio mental.”

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