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Peças usadas na abertura dos Jogos Olímpicos foram produzidas em São João Nepomuceno

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Quem acompanhou a abertura das Olimpíadas de Tóquio na sexta-feira (25) observou as estampas coloridas que marcaram o figurino usado pela delegação brasileira. Combinado com o chinelo no pé, o uniforme dos brasileiros foi assinado pela marca carioca Wöllner. Porém, as roupas saíram de um local ainda mais próximo dos juiz-foranos: de uma confecção em São João Nepomuceno.

Cem peças foram produzidas e enviadas ao Japão; sem a pandemia, seriam 400 vestimentas (Foto: COB)

Em cerca de 10 anos de parceria entre a são-joanense Sherry Confecções e a grife carioca, essa foi a primeira vez que a empresa mineira teve a responsabilidade de confeccionar peças que seriam usadas em um grande evento esportivo. Segundo Geraldo Oliveira, proprietário da confecção, as roupas também terão participação na cerimônia de encerramento dos Jogos.

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Projeto iniciado em 2019

O projeto teve início em 2019, visto que os jogos estavam marcados para acontecer em 2020. Com o adiamento do evento, em decorrência da pandemia, as peças foram finalizadas em maio de 2021, para embarcar no final de junho até Tóquio, como afirma Geraldo. “O projeto inicial era de 400 peças por modelo, sendo o vestido, a camisa e a bermuda masculina. Só que no início, o planejamento era entrar toda a delegação vestindo as nossas roupas e representando o país. Com a pandemia, eles diminuíram o número de pessoas que entrariam na abertura, o que acabou diminuindo também o número do pedido para cerca de 100 peças por modelo”.

A estampa teve que ser aprovada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e possui uma série de simbologias. De acordo com a Wollner, as camisas coloridas trazem uma estampa tropical que mistura as culturas brasileira e japonesa. A padronagem foi inspirada pelos contos da Carpa, que supera obstáculos para subir uma cachoeira e se tornar um dragão, e também do peixe amazônico, o Pirarucu, que, segundo a lenda, foi um grande guerreiro. Plantas nacionais, como a espada de São Jorge e folhas de bananeira, se unem na peça também à flora típica do Japão.

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Roupas também foram usadas na Vila Olímpica, em “desfile” improvisado pelos atletas (Foto: Monica Faria/COB)

Segundo Geraldo, a parte mais demorada para a confecção foi a aprovação do tecido. Ao todo, foram cerca de 60 dias e diversas tentativas até que o COB aprovasse um material que seria confortável para que os atletas usassem na cerimônia. Após a aprovação, e com a chegada do tecido na fábrica, as roupas ficaram prontas em pouco menos de um mês.

Funcionários emocionados

Para a costureira Leia Antunes, foi uma grande emoção ver a roupa produzida por ela desfilando do outro lado do mundo. “É um orgulho muito grande, é como se eu estivesse participando dessa festa linda também. Eu fiquei vendo de casa. Foi muito gratificante saber que fui eu que coloquei a mão naquilo ali. Ficou lindo, as nossas cores são muito lindas, não tinha como ser diferente”.

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Outro que se diz orgulhoso foi Marcelo Luis Paulino, responsável pelo setor de expedição da confecção, última pessoa a ter contato com as peças antes que elas partissem para Tóquio. Segundo ele, além das peças em si, também foi enviado muito carinho aos atletas da delegação brasileira. “Não tem preço ver o produto final acabado e saber que tudo deu certo”, aponta. “É muito emocionante ver essas peças representando o Brasil lá do outro lado do mundo”.

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